Após um mês, família de executiva brasileira assassinada ainda busca por Justiça

Amigos de Cecília Haddad reclamam da falta de informação sobre o andamento das investigações, principalmente por parte da polícia de Nova Gales do Sul.

Lane Cove river

Local onde o corpo de Cecília Haddad foi encontrado no dia 29 de abril de 2018. Source: AR/SBS Portuguese

Nesta semana se completou um mês da localização no rio Lane Cove do corpo da empresária brasileira Cecilia Haddad, de 38 anos, e o início das investigações. 

No entanto, pouco se sabe de fato sobre as circunstâncias que levaram a sua morte e ainda há muitas dúvidas a serem esclarecidas.
Cecilia Haddad's building
Edifício onde Cecília Haddad morava. Source: AR/SBS Portuguese
A polícia de Nova Gales do Sul, responsável pelas investigações, trata o caso em sigilo, mas confirmou que Mário Marcelo Santoro, ex-namorado de Cecilia, é uma “pessoa de interesse” para a investigação, mas não um suspeito pelo assassinato, e que já fez contato com autoridades estrangeiras.

Por e-mail, a polícia de Nova Gales do Sul reafirmou que as investigações estão em andamento e que os detetives da Força de Ataque do Esquadrão de Homicídios Bronwyn continuam falando com inúmeras testemunhas e estão trabalhando com parceiros tanto aqui quanto no exterior.

Ainda segundo o e-mail, a polícia disse que a investigação está em um estágio delicado e, portanto, não é apropriado comentar sobre as atividades operacionais atuais, pessoas de interesse ou linhas de investigação.

“Há uma série de processos investigativos em andamento e é importante que eles não sejam comprometidos”, finalizou a mensagem a polícia de Nova Gales do Sul.

O governo brasileiro tem ciência do caso, mas não divulga detalhes.

Também por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que o Consulado-Geral do Brasil em Sydney acompanha o caso e diz que mantém contato com familiares de Cecília Haddad e com a polícia de Nova Gales do Sul.

Mas, amigos próximos de Cecília e dos pais da executiva brasileira reclamam da falta de informação sobre o andamento das investigações, principalmente por parte da polícia de Nova Gales do Sul.

“A família está até entrando com uma petição no Brasil para que a polícia brasileira interrogue esse suspeito”, disse uma pessoa próxima da família de Cecilia Haddad.

Representantes da INTERPOL (Organização Internacional de Polícia Criminal) no Brasil confirmaram que foram notificados sobre o caso, mas que não há, até agora, qualquer pedido formal das autoridades australianas para que a Polícia Federal – representante brasileira da INTERPOL – interceda e tome qualquer atitude.

“No momento, apenas acompanhamos o que está sendo divulgado, principalmente pela imprensa australiana”, disse um delegado da PF no Brasil.

A imprensa australiana tem noticiado quase que semanalmente reportagens apontado Mário Marcelo Santoro como o principal suspeito pela morte de Cecília Haddad.

Nesta semana, inclusive, o jornal The Australian publicou uma matéria dizendo que Santoro deveria retornar à Austrália nesta semana para prestar depoimento à polícia de Nova Gales do Sul. Ainda de acordo com o periódico australiano, a tia de Santoro atuando como porta-voz da família, disse ao The Australian que Santoro viajaria para a Austrália para mostrar documentos que comprovem que ele havia trocado seus voos para voltar ao Brasil para visitar seu pai doente na cidade do Rio de Janeiro. 

Entretanto, até agora, nenhuma prova fora divulgada pelas autoridades australianas apontando-o com o autor do crime. 

A polícia de Nova Gales do Sul pede para que qualquer pessoa com informações que possam ajudar os detetives da Força de Ataque do Esquadrão de Homicídios Bronwyn na investigação, entre em contato pelo telefone: 1800 333 000 ou usar a página de denúncias on-line

  

 

 
 
 

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Published 2 June 2018 7:09pm
Updated 5 June 2018 2:50pm
By André Rosa


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