Ainda no século 19 – 1895 - nasceu a exposição internacional de arte – bienal por acontecer de 2 em 2 anos. Em 1932, a Bienal deu origem à Mostra d'Arte Cinematográfica, foi o primeiro festival de cinema organizado no mundo – continua a ser um dos grandes cartazes. Naqueles ano 30 – antes da guerra, bienal acrescentou – duas outras áreas – a música e o teatro.
Muito depois, em 1980 – irrompeu a bienal de Arquitetura e desde 99 a de Dança. Em fundo, sempre a primeira – a mostra que se impôs como a grande exposição planetária de arte contemporânea – é uma incursão no presente, no futuro próximo da criação artística que se prolonga por 6 meses.
Se o festival de cinema – a mostra – en concorrência com Berlim, Cannes, talvez Toronto – passou a ser anual – no fim do verão, a mostra de arte contemporânea é bienal, está nos anos pares. A de arquitetura – é nos anos impares.
Estamos em ano de bienal de arquitetura – abriu neste fim de semana. Ideal é podermos ver – visitar. Mas se ficarmos a pensar no relatado do que lá se mostra – também ganhamos pistas sobre como melhor poderemos habitar o futuro próximo.
O tema da bienal deste 2025 – é – como deve ser – um indicador: titulo genérico. "Intelligens. Natural. Artificial. Coletiva". Inteligens – cruza inteligência com a palavra latina gens – a inteligência da gente, das pessoas. Remete-nos para o subtítulo.
O clima e os recursos naturais devem ser defendidos no planeta que (em modo dramatizado, corre risco de ficar em chamas, sufocado, afundado quiçá, um dia do futuro moribundo – e a partir de uma nova atitude aprendermos uma nova forma de habitar o planeta.
Há que saber usar -insiste esta bienal – a inteligência, perante a crise climática – já não basta mitigar os efeitos – é preciso agir para reduzir o nosso impacto sobre o clima.
Está a ser muito aplaudida a solução engenhosa e ao mesmo tempo simples mostrada no pavilhão do Bahrein. A multiplicação de ventoinhas como mini torres eólicas e proliferação de zonas naturais -páteos de sombra em espaços públicos onde as pessoas precisam de viver e trabalhar ao ar livre em condições de calor extremo.
Há um famoso ateliê de NY que apareceu nesta bienal com o projeto Canal Café – capta e purifica a água da laguna e usa-a para preparar a bica - o café expresso. É Veneza como laboratório para imaginar novas formas de viver com a escassez de água.
Não faltam propostas – como a do Líbano – para fazer reviver a terra devastada por conflitos. São muitas as ideias – vale dar atenção ao que se discute nesta bienal de arquitetura – em Veneza até 23 de novembro. Mas não faltarão relatos que nos ajudarão a pensar.
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