Quando se fala em pavlova na Austrália, os amantes da culinária e apaixonados por uma boa sobremesa sempre fazem a mesma pergunta: "Qual país faz a melhor ‘pav’: a Austrália ou a Nova Zelândia?"
Pois bem é hora de adicionar mais uma forte competidora na categoria ‘clara de ovo’.
A pavlova portuguesa – mais conhecida como Pudim de Claras ou Pudim Molotof – que é vendida no histórico Swiss Gourmet Deli, em Brisbane, é um pudim gigante de merengue que vai surpreender os paladares mais exigentes.
"É feito com clara de ovo, assim como uma pavlova australiana, mas tem caramelo misturado", explica Maria Marinelli, co-proprietária da Deli e responsável pela produção dos deliciosos pudins.
"O pudim é feito usando uma técnica especial. Você não pode bater os ovos com muita intensidade porque senão fica muito areado, e quando o prato sai do forno vai ‘afundar’ rapidamente. Mas, por outro lado, você também não pode bater as claras só um pouquinho. Tem que bater na medida certa, nem muito, nem pouco," conta Maria.
Maria conta que aprendeu fazer o pudim molotof com o vizinho - um renomado doceiro em Portugal. Ela tinha oito anos de idade. "Nós costumávamos bater as claras à mão. Naquela época, eles compravam açúcar em grandes quantidades em um saco grande. Eles costumavam me colocar em cima do saco de açúcar para que eu pudesse bater as claras em cima da pia."
Uma vez que os ovos são batidos e atingem a consistência perfeita, o caramelo é adicionado antes da mistura ser despejada em uma lata grande e colocada no forno para cozinhar.
Para servir, a deli de Maria oferece um molho de amêndoas torrado e caramelo para ser derramado sobre o pudim.
A ‘pav gigante’ portuguesa de Maria é vendida por $36,50 e pode ser cortada em 12 fatias.
O produto final, um verdadeiro deleite europeu, é um pudim gigante de 22 centímetros de altura Source: Swiss Gourmet Deli/ SBS Food
O produto final, um verdadeiro deleite europeu, é um pudim gigante de 22 centímetros de altura. O marido de Maria, Peter Marinelli, disse a SBS Food que ele prefere o pudim molotof da sua esposa ao tradicional pav australiano.
A delicatessen de Maria e Peter tem um balcão verde e é repleta de prateleiras forradas com jarras européias e carnes curadas tradicionais, e também vende pequenas tábuas, pastéis de nata, rabanadas, queijadas, canapés, patês, quiches e pães de hambúrguer italiano.
"Nós trabalhamos com a comida caseira. Fazemos todos os alimentos frescos que vendemos a partir do zero, para que eles tenham gosto de cozinhar da sua avó ou tia."
Peter, que é ítalo-australiano, lembra que descobriu a pavlova portuguesa pela primeira vez quando visitou o país em 1989.
O famosa pudim molotof foi criada em 1855 durante a Guerra da Criméia. Apesar de o nome lembrar uma arma química (cocktail molotov) a sobremesa de 164 anos é na verdade muito leve.
