Confirma-se que a COVID-19 pode causar perda óssea grave nos braços, pernas e coluna

Perda óssea: mais um dano colateral da COVID-19

Perda óssea: mais um dano colateral da COVID-19. Source: iofbonehealth.org

Depois de vários estudos científicos que envolveram animais e humanos, descobriu-se que a COVID-19 pode causar perda óssea, não só durante a fase aguda da doença, mas também no período pós-recuperação da doença.


Um  publicado em janeiro 2022, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, concluiu que o vírus SARS-CoV-2 pode causar “perda óssea rápida e significativa – mesmo quando a infeção parece ser leve”.
Pesquisadores do Departamento de Cirurgia Ortopédica descobriram que alguns dos ratos de laboratório infetados com o coronavírus no âmbito da experiência científica perderam cerca de 25% da sua massa óssea, num espaço de duas semanas após serem infetados.

A equipa de investigação também descobriu que os mesmos ratos de laboratório sofreram um aumento de 63% nos osteoclastos, as células que causam a fratura do osso e a sua reabsorção.

Essas alterações “foram observadas mesmo em ratos com infeções leves e assintomáticas”.

Ratos hamsters que imitam a experiência humana

Em Junho de 2022, investigadores da Universidade de Hong Kong também publicaram a sua investigação sobre os efeitos da infeção por SARS-CoV-2 no metabolismo ósseo em hamsters siberianos.

Eles descreveram os hamsters participantes como os animais que “imitam melhor a reação da COVID-19 em humanos”.

Quatro dias após os hamsters terem sido infetados com a COVID-19, os seus tecidos ósseos foram coletados e analisados ​​usando tomografias computadorizadas tridimensionais.
Cientistas afirmam que os ratos Hamsters são os animais que melhor imitam melhor a reação da COVID-19 em humanos
Cientistas afirmam que os ratos Hamsters são os animais que melhor imitam a reação da COVID-19 em humanos. Source: Getty Images
O estudo descobriu que a infeção por SARS-CoV-2 causou perda óssea grave, em particular no osso trabecular dos ossos longos e nas vértebras lombares.

O osso trabecular é o tecido ósseo mais macio, esponjoso e flexível que serve como amortecedor no final dos ossos longos.

Porque custa muito andar, ou correr, ou carregar com carga pesada, as células do osso trabecular têm uma percentagem mais alta de capacidade de renovação, na zona da fratura e onde são absorvidas pelo corpo.

É esse tipo de osso que é vulnerável à osteoporose.

Neste caso, os investigadores disseram que a resposta inflamatória que caracteriza a COVID-19 serve para desencadear a ativação dos osteoclastos – as células responsáveis ​​pela rutura do tecido ósseo.

Diminuição da densidade mineral óssea em pacientes

Em abril, também a equipa de investigação do Atatürk Sanatorium Training and Research Hospital, em Ancara, publicaram um  que analisou os efeitos dos sintomas da COVID-19 – e do tratamento com esteroides – na densidade mineral óssea (DMO) em pacientes hospitalizados.

Tomografias computadorizadas (TC) de tórax foram obtidas para a observação clínica no momento do diagnóstico.
Essencialmente, os médicos estavam a avaliar os pacientes relativamente a danos nos pulmões, e em simultâneo mediam a DMO.

A DMO é uma medida de minerais, principalmente cálcio e fósforo, contidos em um volume de osso.

As medições de DMO são usadas para diagnosticar a osteoporose e para anteciparem a probabilidade de os ossos fraturarem.

Os pacientes sobreviventes foram examinados novamente em visitas de acompanhamento posteriores.

Verificou-se, então, que a DMO diminuiu em média 8,6% entre o diagnóstico e o período das visitas do acompanhamento.

As consultas de seguimento ocorreram em média 81 dias após a alta hospitalar.

Os investigadores concluíram que “a diminuição da DMO foi significativamente maior do que o esperado para a perda anual de DMO relacionada à idade”.
A supplied image of ICU Registered Nurse Shaunagh Whelan (left) caring for a COVID-19 positive patient in the ICU of St Vincents Hospital in Sydney, Tuesday, July 13, 2021. (AAP Image/Supplied by Kate Geraghty/SMH/St Vincents Hospital) NO ARCHIVING, EDITO
O estado de saúde óssea dos pacientes que sobrevivem à hospitalização por COVID-19 deve ser monitorizado de perto nas visitas de acompanhamento. Source: AAP Image/Supplied by Kate Geraghty/SMH/St Vincents Hospital
Estes cientistas determinaram ainda que a gravidade da pneumonia por COVID-19 e a dose total de esteroides no tratamento previu a perda de BMD após a hospitalização.

Além disso, este estudo concluiu ainda que “o estado de saúde óssea dos pacientes que sobrevivem à hospitalização por COVID-19 deve ser monitorizado de perto nas visitas de acompanhamento, para facilitar a prevenção e o tratamento precoce das complicações da osteoporose”.

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