Você não os conhece mas eles conhecem você.
Sabem dos seus hábitos, sabem quem quer ajudar e quem está ali para ‘causar’, sabem os assuntos que mais lhe interessam e aqueles você vai ignorar completamente.
Sabem o que vai te irritar, o que fará você reagir de maneira alegre, leve e feliz, ou de maneira agressiva, troleira, sabem do que você sente falta e do que mais te preocupa.

Ouvimos os administradores de dez grupos de brasileiros em cidades australianas para entender a dinâmica de funcionamento destas plataformas, que são grande parte do contato dos expatriados do Brasil com seus compatriotas.
Trabalham duro para que se sinta como se estivesse na sua casa, rodeado de amigos e da família.
Eles são os administradores dos grupos dos brasileiros no Facebook. Brasileiros em Sydney, Melbourne, Brsibane, Adelaide, Perth, Darwin, Canberra e Tasmânia.

'Vaquinhas' para ajudar quem precisa são uma constante nos grupos. Segundo alguns dos administradores, o brasileiro na Austrália, em média, é bastante solidário nestas horas.
Outro fato interessante é ver que as discussões que tomam conta dos feeds do grupo Brasileiros em Sydney não são as mesmas coisas que preocupam, por exemplo, os brasileiros em Camberra ou lá em Darwin, no Território do Norte.
A premissa dessa reportagem partiu da seguinte pergunta: além dos pedidos de emprego e lugar para morar, quais os maiores tópicos que viralizam na página?

Propaganda de negócios tipicamente brasileiros pode funcionar se sair do básico, dizem os administradores
Aqui fazemos um alerta: cada estado australiano têm vários grupos. Escolhemos apenas um grupo por estado, exceto por New South Wales, onde falamos com dois admins de dois grupos Brasileiros em Sydney, e Queensland onde adicionamos além da capital Brisbane, Gold Coast.

Ouvir os compatriotas em assuntos aleatórios é uma das coisas que une os brasileiros nas comunidades de Facebook na Austrália.
Para ouvir, aperte o 'play' desta página, ou ouça no perfil da SBS em Português onde quer que ouça seus podcasts.
Quem são os administradores de grupos desta reportagem.
David Mirabella, administrador de três grupos: , e (entre outros).
David Mirabella, que foi pioneiro em criar grupos de brasileiros nas cidades australianas, recomenda positividade ao postar nos grupos.
Tudo o que você der, vai receber em troca. Lembre do espírito da comunidade: a gente vai crescer junto, com força e tranquilidade. E nem tudo é culpa do administrador. A gente controla da maneira que é possível.David Mirabella, Brasileiros em Sydney, Gold Coast and Brisbane
Angelica Sabatini, do Brasileiros em Perth, afirma que o grupo representa a união e solidariedade da comunidade.
Durante o COVID, a gente se reuniu e começou a fazer postos de arrecadação com alimentos e dinheiro. Juntamos 1200 dólares e começou a distribuir vouchers de comida. A gente nunca largou a mão de ninguém. O brasileiro é muito solidário e tenho muito orgulho disso.Angelica Sabatini, Brasileiros em Perth
Daniel Barbosa, do Brasileiros em Sydney, confirma o lado solidário.
Pessoal compartilha dicas de serviços, como manicure e cabelo, e também gente divulgando evento. Também sempre rola uma 'vaquinha'. O pessoal se ajuda bastante.Daniel Barbosa, Brasileiros em Sydney
Livia Togashi, também do grupo de Melbourne, lembra que o brasileiro gosta bastante de treta.
O que mais viraliza são os babados. Jogam lá sobre alguém que não paga funcionários, venda de carro com problema... isso aí viraliza. Nem sempre o povo comenta, mas acompanha.Livia Togashi, Brasileiros em Melbourne
Pryscila Ferreira, do grupo de Melbourne, conta que moderar tretas é o grande desafio.
Houve um post com um problema muito grave, até com envolvimento de polícia. A gente adicionou uma moderadora neutra pra colocar o direito de resposta do lado dos que foram acusados. Infelizmente injustiças acontecem e quem acaba levando são os moderadores. Então a gente sempre bota pessoas neutras e muda os administradores para não haver perseguição.Pryscila Ferreira, Brasileiros em Melbourne
Vander Leal, do grupo de Camberra, nos conta que há um perfil diferente de brasileiros por lá, com menos estudantes e mais famílias que buscam se estabelecer na cidade.
A conversa é em torno de se adaptar localmente com necessidades estritamente brasileiras. Uma das maiores preocupações é onde encontrar produtos tipicamente brasileiros, por exemplo, mandioca. E os demais vão dar dicas.Vander Leal, Brasileiros em Camberra
Thaís Souza, do grupo da Tasmânia, afirma que os brasileiros usam o grupo para pegarem dicas sobre como é viver na ilha.
Normalmente querem indicação de agentes de imigração ou advogados especializados. Também querem saber sobre estilo de vida e transporte público - se dá pra morar aqui sem carro. Outro tópico comum é o o clima da Tasmânia, 'é muito frio mesmo?'Thais Souza, Brasileiros na Tasmânia
Erika Ferreira recomenda que os brasileiros em Darwin usem o grupo para conhecer melhor os habitantes locais.
Darwin é muito estereotipada pelo problema da opressão do branco com o povo Aborígene. Eles estão muito isolados, mas é um local com muita cultura e riqueza.Erika Ferreira, Brasileiros em Darwin
Juliana Bernardi, do Brasileiros em Adelaide, ressalta o senso de comunidade dos brasileiros.
"Queria agradecer a todos os membros que estão sempre ajudando uns aos outros, compartilhando alegrias, dificuldades, os perrengues. É bonito observar o quanto o brasileiro se ajuda bastante aqui fora. A gente sabe o quanto é dificl morar aqui fora"Juliana Bernardi, do Brasileiros em Adelaide
**Colaboraram Allana Ferreira e Fernando Vives
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