George Pell é preso e passa a noite atrás das grades; pena sai em março

AP Photo/Gregorio Borgia

Source: AP Photo/Gregorio Borgia

Condenado por pedofilia o cardeal George Pell foi preso após audiência na Corte dos Magistrados em Melbourne.


O mais alto dignatário da igreja católica na Austrália e ex-número 3 no Vaticano atendeu a audiência pré-sentença depois de ter sido declarado culpado de abusar sexualmente de dois coroinhas em 1996.

Ele retirou o pedido para estender a sua liberdade mediante ao pagamento de fiança e vai passar a noite atrás das grades. 

A Corte dos Magistrados em Melbourne anunciará no próximo dia 13 de março a condenação imposta ao cardeal.

O Vaticano descreveu como "dolorosa" a notícia da condenação de George Pell, um dos conselheiros mais próximos do Papa Francisco.

Alessandro Gisotti, porta voz do Vaticano, leu um pequeno comunicado sobre a condenação e não respondeu a nenhuma pergunta dos jornalistas. 

O Vaticano confirmou que Pell não deve mais exercer o sacerdócio e está proibido de manter contato com as crianças.

A Justiça australiana declarou George Pell, de 77 anos, culpado em um caso de agressão sexual e outros quatro de atentado ao pudor contra dois coroinhas que tinham 12 e 13 anos. O abuso ocorreu na sacristia da Catedral de São Patrício de Melbourne, depois da missa, em 1996.

Um desses ex-coroinhas morreu de overdose de drogas em 2014 aos 31 anos, e o testemunho do outro foi fundamental  para a condenação de Pell.

As evidências e o testemunho apresentado por essa segunda vítima não foram liberados para a imprensa.

O pai do jovem que morreu disse que considera processar a igreja.

O cardeal negou inicialmente as acusações e o júri não havia chegado a uma decisão durante um primeiro julgamento em setembro.

Um novo julgamento no dia 11 de dezembro determinou a culpa por decisão unânime dos 12 jurados.

Uma "ordem de supressão" proibiu a imprensa australiana de mencionar o caso até agora.

Anne Barret Doyle da Bishop Accountability, ativista e diretora da organização que defende vítimas de abuso sexual pela igreja, questionou os altos cargos ocupados por Pell no Vaticano. 

O ex-primeiro ministro John Howard disse que a Igreja Católica tem problemas como qualquer outra instituição. 

Durante seu termo, de 1996 a 2007, Howard apoiou George Pell publicamente em várias ocasiões quando as acusações de abuso começaram.

Howard disse que respeita o direito de George Pell de apelar o veredicto.

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