Um dos filhos do cistre europeu da época da Renascença, a guitarra portuguesa é o coração do fado - e por isso, fala ao coração de muitos portugueses.
Um dos maiores nomes atuais da guitarra portuguesa é a lisboeta - ou alfacinha, como ela mesmo se define - Marta Pereira da Costa, que será uma das atrações do , um dos maiores festivais de música da Austrália, que ocorre entre 8 e 11 de março em Adelaide, na Austrália do Sul.
Marta Pereira da Costa: "É arrepiante, uma honra enorme poder honrar Portugal. Este instrumento, por onde tenho passado, as pessoas ficam maravilhadas com a forma, com a beleza e com o timbre. Sinto muito orgulho por poder apresentar isto na Austrália."
No fim da adolescência, influenciada por seu pai, apaixonou-se pela guitarra portuguesa, instrumento ao qual passou a se dedicar com afinco. O mesmo afinco com o qual se dedicou aos estudos da Engenharia Civil, profissão que foi seu ganha-pão até sentir-se segura a trocar as construções e modelos de engenharia sísmica pelo instrumento músical que define a portuguesidade.
Trabalhei oito anos (como engenheira). Fiz projetos de pontes, investigações de engenharia sísmica. Desafios incríveis, mas sempre em segundo plano. A música era minha paixão. Era aí que me sentia realizadaMarta Pereira da Costa.
Quando casada com o fadista Rodrigo Costa Félix, pai de seus dois filhos gêmeos, Marta recebeu o convite de ser a guitarrista de seu álbum Fados de Amor, em 2012.
A obra recebeu o título de melhor álbum daquele ano pela Fundação Amália Rodrigues. Foi o impulso decisivo para Marta Pereira da Costa abraçar a carreira de guitarrista.
Os anos seguintes foram de lançamento de álbuns próprios e participações em obras de outros grandes artistas portugueses, a trabalhar com nomes como Camané, Carlos do Carmo, Rui Veloso, Dulce Pontes e Richard Bona, entre outros.
Nesta entrevista à SBS em Português, Marta Pereira da Costa fala sobre sua carreira e sobre a parceria com a cantora iraniana Tara Tiba, que vive na Austrália e que lhe foi a conexão inicial ao WoMADelaide.
Também fala das semelhanças entre a guitarra portuguesa e o bandolim brasileiro, e a expectativa de visitar pela primeira vez a Austrália, país no qual tem familiares, que deixarão Brisbane para prestigiar a parente famosa no festival de Adelaide.
Marta também conta ter a perceção de que há mais machismo no fado do que enfrentou na carreira como engenheira, ambos mundos predominantemente masculinos.
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