Os cientistas realizam pesquisas de campo para identificar quais plantas e animais existem em uma determinada área. Mas como a Austrália é um país muito extenso, não é tão simples assim para os pesquisadores chegarem a todas as regiões. Através de um processo conhecido como ciência cidadã, existe a oportunidade de a população de diferentes localidades se voluntariar para ajudar a recolher e classificar informações ou dados científicos em apoio a cientistas e pesquisadores.
A BioBlitz é uma atividade que integra o processo de ciência cidadã, e consiste na participação da população em geral de, junto a pesquisadores, registrar o máximo de espécies de plantas e animais em um local designado dentro de um período de tempo específico.
Na costa sul da Austrália Ocidental, WA, o veterinário conservacionista David Edmonds, que mora em Walpole, coordena a Walpole Wilderness BioBlitz, em uma área muito grande e ainda pouco explorada.
"A região selvagem de Walpole é uma das partes mais úmidas da Austrália Ocidental e há uma grande variedade de espécies e ecossistemas que ocorrem aqui e que não ocorrem em nenhum outro lugar do mundo, então temos plantas e animais que não são encontrados em nenhum outro lugar, e há uma enorme área inexplorada, então nem sabemos o que há nessas áreas, e algumas das espécies aqui datam de tempos anteriores aos dinossauros, por isso é uma área extremamente importante para a biodiversidade".
Assim como a área selvagem de Walpole, existem grandes extensões de terra da Austrália às quais se teve pouco acesso e consequentemente se tem pouco conhecimento sobre a fauna e a flora dessas regiões. Daí a importância da participação da população em ações de bioblitz, como destaca David Edmonds.
"Uma bioblitz é muito empoderadora, pois possibilita que seja construída uma rede de pessoas com ideias semelhantes. E é importante entender que cada observação, tudo o que as pessoas registram, tem um impacto. Nos dá mais informações que constroem nosso conhecimento, aumentam nossa compreensão e através disso conquistamos melhores resultados de gestão".
Qualquer pessoa pode participar de uma bioblitz, geralmente conduzida pela comunidade local, grupos de conservação ou de gestão de recursos naturais. Os participantes atuam na área designada dentro do prazo determinado, documentando o máximo de biodiversidade possível, como explica David Edmonds.
"Uma bioblitz pode ter a participação de qualquer pessoa. Há uma variedade de atividades para diversos níveis de habilidade, para quem quer caminhar longas ou curtas distâncias, com opções de ambientes diferentes, dependendo de quão confortáveis estão. Elas não precisam necessariamente de nenhuma habilidade científica pois trabalharão ao lado de cientistas que podem apontar como proceder no processo de observação e identificação do que está sendo visto".
Os requisitos para participar de uma bioblitz são: se sentir confortável ao caminhar ao ar livre, ter capacidade de observação, grande curiosidade e um smartphone.
"São realmente importantes a capacidade de observação e compartilhamento com as pessoas com quem você está trabalhando na bioblitz. Usamos smartphones pois precisamos tirar fotos do que estamos vendo, sejam plantas ou animais, carregá-las e identificá-las on-line".
Ao reunir cientistas e a comunidade local, uma bioblitz contabiliza espécies de plantas e animais numa determinada área e reúne pessoas para partilhar conhecimentos.
"Um dos melhores resultados de uma bioblitz é realmente o envolvimento da comunidade, é que as pessoas trabalhem ao lado de outras que pensam como elas e tirem proveito da ciência. Elas também podem conhecer outras pessoas e aprender com os especialistas, aprender com os cientistas", conclui David Edmonds.
Para ouvir, clique no 'play' desta página, ou no perfil do seu agregador de podcasts preferido.
Siga ano , e ouça . Escute a às quartas-feiras e domingos.
Pode também fazer o download gratuito do aplicativo SBS Audio e siga SBS Portuguese. Usuário de iPhone – baixe o aplicativo na Usuário de Android – baixe o aplicativo no