Os incêndios na floresta amazónica são tema de abertura nos noticiários em Portugal, com abundante pesquisa e reportagem no terreno.
Em Portugal como por toda a Europa há também grande preocupação pelo dano que a devastação na Amazónia causa ao equilíbrio do planeta.
O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, numa excecional nota no site da presidência, declara-se profundamente sensibilizado pela tragédia ambiental provocada pelos incêndios de enormes proporções que assolam a Amazónia, em particular a Amazónia brasileira, que representam já um número recorde dos últimos anos, Marcelo solidariza-se com o Estado e o povo brasileiros, fazendo votos para que, com a brevidade possível, seja possível pôr-lhes cobro.
O governo de Portugal, através do ministro do Ambiente, embora evitando críticas diretas ao poder político brasileiro, críticas que têm sido assumidas por vários governos europeus, apela a que as autoridades brasileiras ajam em conformidade com a gravidade do que está a acontecer.
No entanto, Portugal afasta qualquer sanção ao Brasil relacionada com os incêndios na Amazónia. Há países europeua, como a França e a Irlanda que estão a defender sanções ao Brasil, Portugal rejeita essa ameaça, conforme assume o primeiro-ministro, o socialista António Costa.
Vários comentadores, como Manuel Carvalho, diretor do influente diário Público, alertam para a absurda politização deste calamitoso fogo: “Estamos no domínio do sectarismo típico das claques de futebol. Para esquerda intolerante e radical, a tragédia da maior, mais importante e mais bela floresta do mundo é nem mais nem menos que a prova dos horrores da direita representada por Bolsonaro; para a direita enquistada e extremista, a devastação causada pelo fogo é apenas uma invenção dos ecologistas radicais ou da esquerda ortodoxa, porque a floresta sempre ardeu, está a arder nos países vizinhos e tudo não passa de uma orquestração para minar o Presidente.”
É reconhecido na mídia portuguesa ser deplorável o modo como está a ser usada informação falsa, designadamente fotografias falsas, sobre estes incêndios.
Madona, por exemplo, apela ao socorro à Amazónia, tuitando uma imagem de um incêndio de há 30 anos.
O futebolista português Cristiano Ronaldo também partilhou uma imagem falsa: neste caso não é da Amazónia mas de um fogo na Reserva Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul, em 2013. A fotografia foi tirada por Lauro Alvez para a AFP em 2013 e apareceu em várias compilações de melhores do ano.
Um dos que caiu neste erro foi o presidente francês Emmanuel Macron, que partilhou no Twitter e no Instagram uma fotografia antiga.
O que é indiscutível é que a Amazónia é essencial reserva da biosfera da qual todos dependemos para viver.
O movimento dominante em Portugal, onde é grande a preocupação, levanta a questão: o que é que podemos fazer para ajudar a travar esta calamidade e a evitar repetições.