"Roubo Salarial:" Estudantes brasileiros entre os mais explorados na Austrália

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Source: Wage Theft in Australia Survey

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Mais da metade dos estudantes brasileiros na Austrália ganha menos do que o mínimo oficial, de Aus$ 18,29 por hora trabalhada.


Uma nova pesquisa revelou uma exploração extensa, endêmica e severa de estudantes e mochileiros estrangeiros com visto temporário de trabalho na Austrália.

foi o maior estudo já feito no país sobre as condições de trabalho destes estrangeiros.

O mochileiro belga Laurent - de um dos países que tem o acordo do "working holiday visa" com a Austrália, que o Brasil não tem - trabalhou por 4 meses colhendo frutas em oito fazendas diferentes no estado de Queensland.

Ele disse que algumas experiências foram agradáveis, mas que outras foram semelhantes à escravidão moderna: além de péssimas condições de trabalho, ele ganhou menos do que devia.

"On some farms I was paid correctly and on some others, I remember on a cherry tomato farm where I was completely bullied by the supervisor and I was completely underpaid. I think my first job, I got $10 for two or three hours of work. When I went picking strawberries, I think I averaged $60 a day before tax for eight hours of hard work under the sun."

Segundo a pesquisa, o caso de Laurent não é um caso isolado, muito pelo contrário: um em cada três estudantes e mochilerios estrangeiros recebe ao redor da metade do salário mínimo legal.

No caso dos brasileiros, mais da metade dos estudantes (52%) ganha menos do que o salário mínimo oficial, de Aus$ 18,21 a hora.

Segundo a pesquisa, 8% dos estudantes brasileiros ganham de 6 a 10 dólares a hora; 22% ganham entre 10 e 12 dólares e 20% entre 13 e 15 dólares a hora, colocando o Brasil entre os 10 países no topo da lista de exploração de imigrantes temporários, no trabalho, na Austrália.
Brazil in the list
Source: Wage Theft in Australia Survey
Brazilians
Source: Wage Theft in Australia Survey
O estudo é da UNSW/Universidade de Nova Gales do Sul e da UTS/Universidade de Technologia de Sydney, entrevistando mais de 4 mil imigrantes temporários na Austrália, vindos de 107 países.

O valor mínimo nacional da hora trabalhada na Austrália é de $18.29, mas o estudo revela que um terço dos mochileiros e um quarto dos estudantes estrangeiros recebe 12 dólares por hora ou menos.

Quase metade dos mochileiros recebe 15 dólares ou menos por hora, e 43% dos estudantes estrangeiros também.

A Professora da Faculdade de Direito da UTS e uma das autoras do estudo, Laurie Berg, disse que a exploração não é limitada às fazendas.

"Underpayment was widespread across 12 different industries. It was particularly prevalent in food services, so restaurants cafes take away stores. 2 in 5 of our participants said that their lowest paid job was in food services and underpayment was particularly severe in horticulture, fruit and vegetable picking, farm work - where almost a third of people who worked in fruit and vegetable picking earned $10 an hour or less."

Algumas nacionalidades são mais vulneráveis, com os trabalhadores asiáticos da China, Taiwan, Vietnã, Coreia do Sul e índia no topo e do Brasil e da Colômbia também na lista dos mais explorados, ganhando menos do que outros em situação similar da América do Norte, Reino Unido e Irlanda.
A professora Laurie Berg disse que o estudo realça como estudantes e mochileiros estrangeiros enfrentam condições que podem ser consideradas como trabalho forçado criminoso.

"Paying temporary migrants under the minimum wage breaches their employment rights, everyone's covered by the fair work act but I think underpaying temporary migrants also drives down wages for all of the other worker in that industry. And also businesses who engage in wage theft are getting an unfair, competitive advantage over other employers who are complying with Australian labour law."

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