A partir deste domingo, as pedras restauradas as madeiras novas, os candelabros recuperados, os extraordinários vitrais 2600 metros quadrados com umas 20 cores: tudo vai vibrar com o som soberbo do grande órgão bicentenário com 8 mil tubos repartidos em 115 conjuntos e 5 teclados.
É um dos órgãos mais celebrados pelo mundo, está instalado e ficou quase intacto à frente da rosácea de uma catedral que é das mais visitadas e mais célebres por todo o mundo.
A catedral de Notre-Dame abre cinco anos após o incêndio que quase a destruiu. Source: AFP / STEPHANE DE SAKUTIN/POOL/AFP via Getty Images
Reabre a Catedral que o fogo devorou ao longo de 9 horas ao entardecer de 15 de abril de 2019.
A acústica no interior como no exterior é opção apurada, estamos num tempo em que ninguém precisa dos toques dobres e repiques dos sinos para ser convocado para os serviços religiosos.
Ainda menos para saber que horas são.
Mas os carrilhões da Notre-Dame vão a partir de domingo voltar a estremecer todos os quarteirões e bairros em volta da ilha de Paris antiga Lutecia – vão ecoar o som grave por Sant Michel, Saint Germain. Odéon les halles.
São 19 sinos nas altas torres. O maior pesa 13 mil 320 quilos e tem 2 metros e 62 de diâmetros. Estão todos restaurados.
Mais de 2 mil pessoas dedicaram 5 anos e meio de vida para o milagre humano de fazer ressurgir a catedral que em 2019 se temeu estar perdida.
Em 3 partes das abóbadas o teto passou a ser o céu. Mas os carpinteiros, os mestres na madeira, na pedra, no vidro, no metal trabalharam com escultores, pintores, arquitetos, cientistas, engenheiros, geólogos, arqueólogos. Com historiadores de arte, restauradores, com peritos em inteligencia artificial, gente na vanguarda da imagem digital.
E assim – a Notre-Dame joia do gótico recupera minuciosamente renovada o esplendor antigo.
Uma historiadora de arte ao percorrer as 23 capelas em torno da grande nave da catedral dedicada ao Pedro e ao Paulo – e aos feitos dos apóstolos comenta deslumbrada com a magia da cor nas paredes e no teto que reproduz o céu estrelado e que tem um efeito que nos evoca a magnificência da Capela Sistina.
Também recuperadas todas as tantas esculturas estátuas no exterior e no interior da catedral – não faltam os desafios à imaginação, com o alquimista ou o pelicano, tudo neste restauro procura retomar – os métodos de construção há 8 seculos e as escolhas da catedral – antes do fogo para que este fique na memória para sempre.
Na mão do cristo morto que nos aparece ao colo da virgem - a pietá que no altar mor tem o olhar voltado para o céu na mão de Cristo nessa escultura está uma ânfora com cinzas do grande incêndio de 2019, das cinzas foi criada mais arte.
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