Muitas vezes é lamentado que a CPLP (ou Comunidade Lusófona) tenha existência nos discursos mas pouca tradução prática – apesar de bons avanços na livre circulação, o que concorre para Portugal acolher hoje mais de meio milhão de brasileiros que são essenciais para o funcionamento do país.
As artes e a cultura têm tentado avançar em formas de cooperação, e um dos bons exemplos é o Festival de Artes da Língua Portuguesa, FESTLIP. Teve este ano uma primeira etapa em Maio em Lisboa, agora, na transição de Novembro para Dezembro, é no Rio de Janeiro.
Tem teatro, outros espetáculos, encontros com autores, oficinas criativas, uma produção para crianças e uma mostra ‘gourmet’ dominam a programação desta segunda etapa da edição deste ano do festival, que decorre de 29 de novembro a 4 de dezembro, sempre a envolver criadores dos diferentes países da lusofonia – quase todos, com a falta, nesta edição, do Timor Leste, mas com a promessa de haver timorenses no ano que vem.
Um exemplo de espetáculo que envolve o cruzamento de artistas lusófonos é o espetáculo “O canto das Sereias”, concebido especialmente para esta edição, toma o tema do festival por título, e envolve profissionais de diferentes países de língua portuguesa.
Com dramaturgia de Marcia Zanelatto e elenco da Trupe Festlip, envolvendo atrizes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, “O canto das sereias” marca a estreia na direção de Tânia Pires Abrão, diretora artística do Festlip.
Neste Festival, as homenagens são em dose dupla: o tradicional Prémio Festlip, dedicado a expoentes das artes nos países de língua portuguesa, será entregue à atriz e cantora brasileira Zezé Motta, que este ano completa 55 anos de carreira; e o inédito Prémio Elo Festlip é por sua vez entregue à escritora brasileira Conceição Evaristo, destacando o reconhecimento e difusão internacional da obra da autora de “Becos da memória”, “Olhos D’água” e “Histórias de leves enganos e parecenças”.
Outro espetáculo em destaque é “Nas Ondas do Improviso”, da companhia Os Improváveis, grupo português fundado em Lisboa que, segundo os organizadores da Festlip, “aborda de forma única a arte cénica”, na perspetiva de “pesquisa, criação, performance e ensino da improvisação”. O elenco irá criar em tempo real, com base nas sugestões iniciais do público presente, uma improvisação” sobre o tema do festival.
Este grupo desenvolverá ainda no Brasil a oficina “A cena improvisada”, de Marta e Pedro Borges, que “promete desvendar os segredos do Teatro de Improviso e a sua aplicação à cena teatral”.
A representação portuguesa passa ainda pela mesa de debate “Nem só de cantos e escamas reluzem as sereias”, com mediação de Monica Klemz, “numa celebração da diversidade do universo feminino nos países de língua portuguesa”.
É a celebração no Rio de Janeiro, da criação em língua portuguesa. O festival, FESTLIP, instala-se anual, e pretende propagar-se por toda a lusofonia.
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