Brasileiro na Austrália ganha prêmio mundial ‘Dance seu PhD' com estudo sobre cangurus

Kangaroo Time Weli Menario Costa

Da esquerda para direita: a drag Faux Née Phish, Weli, Holly Hazlewood, Marina Correia de Andrade entre as gravações do vídeo na Reserva Mulanggari Credit: Nic Vevers/Nic Vevers/ANU

Essa foi a quarta vez que a Austrália, representada pelo brasileiro Weliton levou o prêmio nos 17 anos de história da competição ‘Dance seu Doutorado’. A música original ‘Kangaroo Time’ também dá titulo ao vídeo criado, escrito e estrelado pelo cientista Weliton Menário Costa, o Weli, que ganhou o prêmio pela Universidade Nacional de Australia, em Camberra.


O vídeo do brasileiro, que concorreu com trabalhos de cientistas do mundo inteiro ganhou o prêmio global “Dance o seu Doutorado” (Dance your PhD), usando dançarinos de culturas e estilos diferentes para explicar o comportamento dos cangurus.

O vídeo recebeu o prêmio principal concedido anualmente pela Associação Americana para o Avanço da Ciência, pela revista Science e pela empresa de inteligência artificial Primer.ai, com sede em São Francisco.

O filme apesar de divertido, tinha que mostrar o resultado de anos de pesquisa científica sobre o comportamento dos cangurus.
Uma das principais mensagens que eu quis passar, é que as diferenças levam à diversidade
Biólogo Weli, criador do vídeo sobre o comportamento e personalidade dos cangurus
“Descobrimos que os cangurus gostam de socializar em grupos, mas preferem círculos sociais menores. Assim como os humanos, as personalidades do canguru se manifestam cedo na vida. As mães e seus filhos têm personalidades semelhantes, assim como os irmãos.”
Kangaroo Time_Weli Menario Costa
Weli reuniu amigos para gravar o vídeo: "O difícil foi juntar todo mundo," diz. Credit: Nic Vevers/Nic Vevers/ANU
O vídeo mostra essa diversidade de personalidades usando dançarinos de balé, hip hop, Bollywood, samba e capoeira mostrando que os cangurus possuem traços pessoais distintos.

“Ao mostrar a dançarina indiana se aproximando do grupo de hip hop, vemos a dançarina se adaptar um pouco ao grupo, mudando seus movimentos misturando bollywood com hip hop, ao mesmo tempo que o grupo também vai se adaptando a ela."
Kangaroo Time
A dançarina indiana que representa personalidades diferentes da mesma espécie de cangurus Credit: Nic Vevers/Nic Vevers/ANU
Imigrante, homem gay e brasileiro, Weli disse que se identifica com a forma como os cangurus modificam o seu comportamento para se adaptarem ao grupo.

“Venho de uma família muito humilde, de uma cidade pequena onde a maioria das pessoas não têm educação. Quando vim para a Austrália, assumi o comprtamento conservador da minha família… no Kangaroo Time eu celebro a diversidade na minha bela comunidade LGBTQI+ no meu vídeo sobre o comportamento dos cangurus.”
Kangaroo Time Weli Costa Menario
Todo o elenco reunido por Weli dançando ao por do sol Credit: Nic Vevers/Nic Vevers/ANU
A competição incentiva os cientistas formandos a explicarem pesquisas complexas ao público em geral através da dança, da música e do humor, e atrai dezenas de inscrições de todo o mundo todos os anos.
Kangaroo Time Weli Menario Costa
O samba também fez parte do vídeo vencedor do vídeo de Weli, o brasileiro que ganhou o prêmio com sua visão inusitada sobre o comportamento dos marsupiais Credit: Nic Vevers/Nic Vevers/ANU
“Foi como ganhar o ‘The Voice’ ou o Eurovisão – só que todos somos doutores”

O prêmio foi de pouco mais de AU$ 4 mil.

Kangaroo Time ganhou por uma margem pequena do segundo colocado, a Universidade do Maine, nos Estados Unidos, na qual uma estudante de doutorado em ecologia e ciências ambientais usou a música Danse Macabre de Camille Saint-Saëns para explicar sua pesquisa sobre a mariposa browntail.

Em 2009, um candidato da Universidade de Sydney ganhou um prêmio por mostrar um baile representando o uso da vitamina D na proteção contra o diabetes.
Kangaroo Time Weli Menario Costa
Weli e a artista drag Faux Née Phish ou Caitlin Anna na Reserva Mulanggari, Camberra Credit: Nic Vevers/Nic Vevers/ANU
Dois anos depois, uma inscrição da Universidade da Austrália Ocidental ganhou por um vídeo sobre por que os implantes ortopédicos falham; e no ano seguinte, uma inscrição da Universidade de Sydney ganhou mais uma vez por um trabalho que explica a “evolução da arquitetura nanoestrutural em ligas de alumínio da série 7000”.
Para ouvir a conversa completa e a música Kangaroo Time, clique no botão play no topo da página.

Para assistir ao video, .

às quartas-feiras e domingos.

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