Brasileiros pelo mundo: quantos somos e quais as cidades preferidas?

Quase 4,6 milhões brasileiros moram fora do país, segundo levantamento do Ministério das Relações Exteriores. O número total de brasileiros no exterior em 2022 aumentou 4% em relação a 2021.

Com informações prestadas pelos 196 postos do ministério no exterior (embaixadas, consulados-gerais, consulados e vice-consulados) e relativas ao ano de 2022, o número exato é de 4.598.735 pessoas.

A maior concentração dos brasileiros continua sendo os Estados Unidos, onde vivem 1,9 milhão de brasileiros (42% dos que moram fora).

Portugal é o segundo país com mais brasileiros (360 mil), seguido por Paraguai (254 mil), Reino Unido (220 mil) e Japão (206.990).

Cerca de 53,430 brasileiros moram na Austrália e Nova Zelândia, segundo dados do Ministério.

As cidades

As cidades preferidas pelos brasileiros estão localizadas na região de Nova York, Boston, Miami, nos Estados Unidos; Lisboa e Londres na Europa; Nagoia e Tóquio, no Japão; e Sydney na Austrália.

Segundo o Australian Bureau of Statistics, o número de brasileiros na Austrália vem dobrando a cada cinco anos. E a Nova Zelândia parece ser uma descoberta recente, mais da metade dos brasileiros que vivem no país vizinho, mudaram para lá nos últimos quatro anos.

Em especial, os brasileiros na Austrália escolhem dois estados para morar: Queensland e Nova Gales do Sul.

O doutorando Rafael Azeredo, da Universidade Griffith de Brisbane, é autor do projeto de pesquisa ‘Brazilians in Australia’ e buscou saber mais sobre o perfil do brasileiro na Austrália.

Apesar dos brasileiros estarem espalhados por todo o país o foco especial de Rafael foi Gold Coast, o que alguns brasileiros chamam de “Rio de Janeiro australiano”.

Um dos pontos mais interessantes da pesquisa de Rafael é o perfil do brasileiro na Austrália comparado ao brasileiro nos Estados Unidos ou Europa.

"É importante entender que a comunidade brasileira da Austrália não é representativa do Brasil. A comunidade brasileira na Austrália é predominantemente branca, vem da classe média e tem os recursos financeiros ou o capital social necessário para a comprovação financeira que o governo da Austrália exige para qualquer um que quer vir estudar aqui.”

Um dos aspectos mais interessantes da pesquisa qualitativa de Rafael, é que a imigraçao brasileira (e colombiana por exemplo) para a Austrália desafia o estereótipo do imigrante latino americano que migra para os Estados Unidos ou Europa.

Rafael explica que a nossa comunidade é relativamente independente – não existe muito dinheiro vindo do Brasil para manter os estudantes na Austrália como é o caso dos estudante chineses por exemplo, que recebem apoio financeiro de suas famílias na China. “Ao mesmo tempo não existe muito dinheiro saindo da Austrália para ajudar as famílias no Brasil, como é o caso do imigrante brasileiro nos Estados Unidos.

“O mesmo com os Brasileiros em Londres, muitos têm o propósito de imigrar para trabalhar e mandar dinheiro para casa e assim proporcionar uma vida melhor para a familia no Brasil,” diz Rafael.

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