É o que acaba de acontecer em Cannes, em França, um dos três principais festivais europeus de cinema – os outros são o de Berlim e o de Veneza.
Em Cannes, o português Miguel Gomes recebeu o prémio de melhor realizador, pelo filme Grand Tour.
Grand Tour passa-se no continente asiático do início do século XX, território que é calcorreado por dois noivos, Edward, um funcionário público do Império Britânico, e Molly. Os dois estão em fuga e em busca um do outro.
Regressado de Cannes com o prémio de melhor realizador, Miguel Gomes prepara-se pra levar para o cinema Os Serões, romance do brasileiro Euclides da Cunha.
A edição deste ano do Festival de Cannes, a 77ª, já terminou, começou entretanto um dos mais reconhecidos festivais de cinema em Portugal, o IndieLisboa, e a crítica de cinema está a aclamar a apresentação de um filme que está desde já a ser considerado como o novo grande filme português. É Banzo, de Margarida Cardoso.
É um mergulho nas águas turvas da relação de Portugal com os países africanos que colonizou, com foco na tragédia da escravatura, com a história de uma roça de cacau de São Tomé e Príncipe explorada por portugueses no começo do século XX.
A ação decorre num tempo em que a escravatura já estava abolida, é assim os trabalhadores levados por mar de Moçambique ara a roça da Boa Esperança, em São Tomé, não são referidos como escravos mas como serviçais.
Na história do filme eles são tomados por uma doença, a depressão que os deixa paralisados pelas saudades do país ao qual foram arrancados.
Longos aplausos de pé para este filme, Banzo, de Margarida Cardoso, que com o Grand Tour, de Miguel Gomes, recoloca Portugal na linha da frente do cinema de autor.
É um género de cinema menos dado a salas cheias com grande público. É o cinema tratado como arte e assim reconhecido pela crítica internacional.
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