Esta é a primeira grande exposição que, nos últimos 30 anos, se pode ver em Lisboa dedicada a este “nome decisivo da arquitectura contemporânea, cuja obra ganhou já um reflexo planetário”, salientou António Feijó, presidente da Gulbenkian, na apresentação da mostra à comunicação social.
O seu curador, o arquitecto e crítico galego Carlos Quintáns, a partir do seu olhar além-fronteiras, frisou “a sorte” que os portugueses têm por possuírem “um arquitecto que foi capaz de transformar o seu país, com um compromisso político e social”, sempre ancorado na preocupação de “criar”.
É uma grande exposição com a Fundação Gulbenkian a abrir como um atlas de Siza com vista para o magnifico jardim desenhado por outro notável arquiteto, o paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, e com a intenção de mostrar “um Siza global”, um “atlas de Siza” com base, naturalmente, nas peças dos arquivos doados pelo arquitecto à Gulbenkian, mas também a Serralves – que actualmente tem também patente, na sua nova ala com o nome do próprio Siza, a exposição Casa.Arquivo, outro olhar sobre o conjunto da sua obra –, ao Centro Canadiano de Arquitectura, em Montreal, e ao centro britânico Drawing Matters.
E se o desenho é o elemento central desta exposição em Lisboa, como ponto de reflexão sobre a obra, o seu fio condutor – explicou Quintáns, que em 2016 foi o curador do Pavilhão de Espanha na Bienal de Veneza, onde venceria o Leão de Ouro – é uma declinação em 30 verbos, escolhidos em parceria com o próprio Siza.
De “Afastar” até “Voar”, o percurso por duas amplas salas da Gulbenkian revisita, sob cada um desses verbos, obras construídas (mas também as não construídas e as já danificadas) ao longo das suas nove décadas de vida.
A galeria principal da fundação, iluminada pela ampla janela que dá a ver o parque, é dedicada à Arquitectura. Os desenhos e os cadernos de Siza (entre originais e fac-símiles) dialogam aqui com uma ampla selecção de fotografias da sua obra.
É uma magnífica exposição retrospetiva sobre Siza Vieira, o primeiro português distinguido com o Pritzker, prémio equivalente ao Nobel para a arquitetura.
às quartas-feiras e domingos.
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