Lídia Jorge é figura central da literatura portuguesa contemporânea

Lidia Jorge, Portuguese writer.

Lidia Jorge, escritora portuguesa. (Foto de Ulf ANDERSEN/Gamma-Rapho via Getty Images) Credit: Ulf ANDERSEN/Gamma-Rapho via Getty Images

Lídia Jorge é também uma escritora de extraordinária grandeza, marca os últimos 40 anos da escrita em Portugal, com amplo reconhecimento internacional. Só neste último ano, premiada na feira do livro de Guadalajara, no México, depois, com o mais recente romance, Misericórdia, premiada com o Medicis, um dos mais reconhecidos prêmios literários franceses.


Lídia Jorge é figura central da literatura portuguesa contemporânea.

A prodigiosa e profunda escritora Lídia Jorge, mostra como os grandes nomes da escrita de Portugal não são apenas os poetas, de Camões (o poeta nacional, narrou nos Lusíadas a aventura e as tragédias da expansão marítima) a, mais perto de nós, Fernando Pessoa e Sophia de Mello Breiner, também no romance os clássicos Eça de Queiroz e Camilo Castelo Branco, depois o Nobel Saramago.

A escrita de Lídia Jorge começou nos anos 80, com dois romances logo premiados, O Dia dos Prodígios e O Cais das Merendas, em que faz uma cartografia da alma portuguesa, com foco no tempo final da ditadura, os anos 1960 até 74, o tempo da guerra colonial, até à revolução democrática do 25 de abril de 1974.

Lídia esteve em África, no início do tempo, como professora, na Beira, em Moçambique, ainda na fase de guerra colonial 73/74. O 25 de abril de 74, para além de libertar Portugal, libertou as colônias.

Passam agora 50 anos sobre as primeiras independências e o tema do colonialismo continua a ser difícil em Portugal.

Lídia Jorge viveu-o por dentro e, reconhecendo que há quem esteja a investigar o que importa saber desse tempo colonial, admite que, em certa medida, para chegar ao futuro, é preciso guardar o passado.

Os países que foram colônias de Portugal, todos, estão unidos, tal como Portugal, numa comunidade, a CPLP – que também admitiu um país estranho à língua portuguesa, a Guiné Equatorial.

Lídia Jorge lastima que esta comunidade lusófona nunca tenha sabido criar uma relação mais forte com a cidadania lusófona.

Lídia Jorge é uma personalidade da vida cultural e cívica portuguesa, por isso foi escolhida para o Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.

Ler a escritora Lídia Jorge é seguramente um grande prazer.
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