Maestro brasileiro lidera orquestras sinfônicas de Sydney e Queensland na próxima temporada

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Eduardo se tornou um maestro de ópera experiente, e suas produções incluem Elektra e Fosca e O Quebra-Nozes.

Eduardo Strausser está na Austrália com a missão de reger tanto a Orquestra Sinfônica de Sydney quanto a Orquestra Sinfônica de Queensland neste mês, trazendo repertórios de Rachmaninoff a Chopin. O maestro também fala sobre como a música clássica pode se aproximar mais das gerações atuais e o papel dos pais e autoridades em fomentar essa conexão.


Original de São Paulo, Eduardo é Diretor Musical e Maestro Chefe na companhia de ópera sueca Norrlandsoperan. Figurin ha carimbada como maestro convidado na Austrália, Eduardo já esteve na ilha país várias vezes, conduzindo orquestras de diferentes estados na Austrália. Em 2024, sua temporada passa por Brisbane e Sydney.

Fugindo do inverno alemão, onde tem residência fixa, o maestro conta que as começam nesta sexta-feira, 18 de outubro, e vão até o fim do mês, quando começam
Em Queensland teremos um repertório Russo, com a sinfonia 7 de Prokofiev, e o concerto 3 para piano de Rachmaninoff. Já em Sydney, começamos com Schuman, trazendo bastante de Chopin e fechando com Mendelssohn, um toque mais alemão.
Conta o maestro.
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Apresentações em Queensland começam nesta sexta-feira, 18 de outubro, e vão até o fim do mês. Em Sydney vai de 30 de outubro a 02 de novembro.
Este concerto é cheio de caráter e melodias líricas de dois jovens artistas que deixam suas imaginações correrem livres, anunciando-se ao mundo como novas vozes ousadas.

“As orquestras na Austrália são ótimas, com músicos talentosos, e abertos para tentar novidades no repertório”.

Eduardo se tornou um maestro de ópera experiente, e suas produções em São Paulo incluem Elektra e Fosca, de Carlos Gomes, bem como apresentações de O Quebra-Nozes com o Balé da Cidade de São Paulo e uma produção de Stefano Poda da Sinfonia n.º 1 de Mahler.

A música clássica e as novas gerações:

Será que a música clássica está em extinção? Quanto as gerações dos anos 2000 conhecem, ouviram ou entendem de música clássica? Música clássica só é a música composta há séculos atrás?

O mastro começa explicando que os músicos são os guardiões dessa biblioteca riquíssima, e manter essas composições vivas, estudadas e apreciadas é parte de suas missões, mas que há muita música clássica sendo composta nas últimas décadas, como nas trilhas sonoras de filmes e video games super orquestradas.
A música clássica é um conjunto de harmonias que precisa de um tempo para se desenvolver em uma música, por isso uma composição clássica leva 40 a 50 minutos a peça. É uma música longa, com partes, intervalos, nuances. O que estamos perdendo é a capacidade de saborear uma composição longa.
Explica Eduardo, pontuando as barrerias que a música clássica enfrenta nos dias atuais.
Strausser lembra que as orquestras vêm fazendo vários projetos de aproximação do público, com concertos com trilhas de filme, de video games, “essas também são composições clássicas na sua estrutura”.

E que o interesse na música clássica antiga ou atual é desperta nessas apresentações, mas que muitas vezes os jovens não encontram apoio em casa ou na sociedade para imergir nas composições clássicas.

“Acho que toda a criança deveria aprender a tocar um instrumento. Já foi comprovado que a música clássica ajuda nas mais variadas áreas do cérebro”, ressalta Eduardo.
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Apoio dos pais e autoridades para incentivar a música clássica para as próximas gerações é essencial, diz maestro. Credit: MoMo Productions/Getty Images
Outro grande desafio de aproximar a audiência atual da múscia clássica é a ‘era dos 3 seg’. Em tempos de stories, reels e TikTok, onde 60 segundos já é muito tempo, assim como os filmes e documentários que estão lutando para ainda serem apreciados nas suas duas horas de roteiro. A beleza da música clássica não cabe em um stories.
No TikTok da vida real não cabem 50 minutos de uma sinfonia clássica. Estamos perdendo a habilidade de apreciar coisas que levam tempo. Em todas as áreas,
ressalta o maestro.
Eduardo retornará a Sydney em 2025 para liderar a Bernstein & Korngold.

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