Passámos o ano 2024 com notícia de infernos: Gaza, Sudão,Ucrânia – outros; em alguns casos, sempre pior.
É o caso de Gaza onde, 450 dias depois, agora o alvo do programa israelita de devastação total, são os hospitais – parece evidente o objetivo de que a faixa de Gaza deixe de ser um lugar onde se possa sobreviver.
É facto que no outro lado da Palestina, na Cisjordânia, há um dado novo: a policia palestiniana, às ordens da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), dominada pela Fatah do veteraníssimo e contestado Macmud Abbas, está à caça de quem passa por ser do Hamas ou de outros grupos jiadistas; a polícia palestiniana está a entrar em campos de refugiados, como o enorme junto à cidade de Jenin, e prende gente do Hamas – são palestinianos a prender palestinianos – e há relato de operações como mortes.
É, claramente, a ANP de Macmud Abbas a querer mostrar-se aceitável perante a América que vai ser de Donald Trump, a tentar posicionar-se para gerir a terra palestiniana num futuro plano de paz na região – apesar da intenção israelita de imperar sobre tudo.
Estamos a entrar em 2025, e uma das incógnitas é o que ficará de Gaza, que era a terra de mais de 2 milhões de pessoas, depois destes 450 dias de devastação. Mas a par dos infernos – o ano que chegou ao fim também nos trouxe notícias de esperança.
Há mais gente a viver melhor do que os pais viveram. É o que constamos num estudo publicado pela revista The Economist: incide sobre as condições de vida da chamada geração Z, a de quem nasceu entre 97 e 2012 – quem tem entre 12 e 27 anos. São 2 mil milhões de pessoas, representa ¼ da população mundial; a maior parte vive na Índia, na China, na Indonésia, na Nigéria, no Quênia.
Este estudo publicado pela Economist mostra como têm mais saúde, mais educação, estão mais informados – em relação ao tempo em que os pais tinham a idade deles – e todos estão ligados por algum telemóvel com rede digital.
Outra boa notícia – a OMS garante que a mortalidade infantil nunca foi tão baixa – as vacinas chegam a cada vez mais crianças plo mundo. A UNICEF atesta que no sul da asia a mortalidade dos com menos de 15 anos baixou de 72% nestes últimos 30 anos. Está agora pelos 2,4% - era quase 7% em 1990.
O terror que foi o VIH/AIDS/SIDA nos anos 80 e 90 do século 20 passou hoje a doença crônica em grande parte sob controlo com qualidade vida. Também a esperança de vida cresce em todo o mundo – em Portugal, só neste quarto de século difícil – mais de 2 anos mais.
Também nas boas notícias, o triunfo das energias renováveis – neste último ano na União Europeia já houve mais produção de energia gerada pelo vento e pelo sol que a gerada pelos combustíveis fósseis.
Há países em que a venda de automóveis elétricos supera a de carros com motor tradicional de combustão e o exemplo mais robusto é o da China. Na Europa, também os países escandinavos – com a Noruega à cabeça.
Também há evidência de que a mortalidade por cancro está a cair – a medicina a farmacêutica o conhecimento avançam a cada instante. Cada vez mais inovação e a inteligência artificial é um impulso. São boas noticias vindas das estatísticas.
Claro que importa passar do impessoal ao pessoal – as condições de vida e de esperança de cada pessoa – deseja-se, claro, tanto de melhor, mas temos a evidência de notícias que alimentam a esperança apesar de haver quem ande a semear o mal.
Não sabemos se o futuro encontrará no nosso tempo algum Leonardo da Vinci ou um Dante, um Goethe, um Camões, uns Pierre e Marie Curie – também precisamos de Mandelas capazes para reconciliar. O futuro dirá – e que haja esperança, que se trabalhe para a gerar.
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