A tatuadora brasileira de Sydney, Daniela Vasconcellos, teve seu trabalho reconhecido pela imigração australiana e conseguiu sua residência permanente na Austrália em janeiro deste ano por meio do , um dos vistos mais raros da Austrália.
Esse tipo de visto é concedido às pessoas que sejam reconhecidas internacionalmente por excelência em sua profissão, esporte, artes ou na área acadêmica e de pesquisa.
Source: Arquivo pessoal/Daniela Vasconcellos
“Esse ano consegui o visto de Residência Permanente sendo considerada um Talento Distinto pelo governo australiano, o que foi muito significativo para mim por ter aberto portas para outros talentos nessa profissão tão discriminada.”
Daniela conta que o processo foi bastante longo e precisou de diversos documentos para comprovar sua excelência na profissão, como cartas de recomendação de outros profissionais brasileiros e australianos da área, além de registros de publicações internacionais com seu trabalho.
Source: Arquivo pessoal/Daniela Vasconcellos
“O processo como um todo levou 2 anos e 7 meses até o visto ser aprovado, porque até onde eu sei isso ainda não tinha sido obtido por nenhuma outra tatuadora latino-americana aqui na Austrália. Foi bem trabalhoso e o primeiro resultado após um ano foi negado e apelamos para poder ter o julgamento no tribunal. Eu então tive 2 horas de julgamento com a juíza para comprovar todas as minhas experiências e conquistas.”
Daniela mora na Austrália há 6 anos e tem um projeto no qual atende sobreviventes de câncer de mama gratuitamente para cobrir as cicatrizes com tatuagem.
Source: Arquivo pessoal/Daniela Vasconcellos
“Esse trabalho na verdade eu já faço há muitos anos. Há 7 anos antes mesmo de vir para Sydney e isso foi um ato que me tocou muito e eu quis fazer algo com a minha arte para ajudar às pessoas que necessitavam. Essa foi a forma que encontrei de fazer isso.”
“Eu faço isso, porque mexe muito com a autoestima das pessoas e a forma como elas se encaram. É muito bonito e gratificante para mim ver o resultado final e a alegria delas conseguirem se olhar novamente no espelho e se acharem bonitas."
Ela ressalta que o visto não foi concedido apenas por esse projeto, mas sim por sua excelência na arte de tatutar.
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“O visto não foi conseguido por esse trabalho. Isso foi apenas um plus no processo. Você tem que comprovar que você faz algo diferente que ninguém da sua indústria faz, além de conseguir muitas outras provas, comprovando todas as conquistas com sua profissão. O melhor caminho para quem se interessar nesse tipo de visto é procurar um agente de imigração para avaliar os critérios, que são muitos.”
“Esse visto para mim representa a causa maior da minha vida que é a minha profissão, eu trabalho com isso há 23 anos, comecei com 13 anos de idade, e eu sempre quis fazer a diferença na minha profissão. O que tudo isso representa para mim é que agora a tatuagem é vista como arte.”
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