Universidade de Coimbra vai inventariar património colonial e estudar restituição

escravajistas

Escravistas trazendo cativos a bordo de um navio negreiro na costa oeste da África, desenho de Joseph Swain, século XIX

É um trabalho inédito em Portugal, abrindo o caminho a reparações às ex-colónias: um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra, incluindo museólogos, antropólogos, historiadores e também o diretor da restigiada e famosíssima Biblioteca Geral, está a avaliar o que está na posse da velha universidade para “até ao final do ano”, entregar à reitoria um documento sobre o “património sensível” da instituição ligado às antigas colónias e proceder, quando for o caso, à reparação e restituição colonial.


Esta semana, um dos investigadores responsáveis por este grupo, Walter Rossa, garantiu ao jornal Público que o “ponto-chave” do trabalho e da redação do documento é a “descolonização da universidade”, um assunto considerado “pendente” e que é uma preocupação cada vez mais “global a transversal”.

Prometendo “produzir conhecimento antes de atuar” e ouvir, claro, os países de onde esse património (na ordem dos milhares de objetos) é originário, os investigadores asseguram que a muito discutida e polémica restituição, no sentido da devolução de bens, não está necessária e imediatamente em cima da mesa, mas a intenção é a de seguir as melhores práticas de outros países.

“Restituir não significa embalar as peças e mandá-las de volta. O desafio é a universidade revisitar as suas colecções e atualizar o conhecimento sobre elas. Estamos a querer assumir isto como um grande projeto de investigação dentro da própria universidade”, explica ao Público Walter Rossa, afirmando ser importante reconhecer “a origem” e a “violência” que o colonialismo representou no período a que remonta.

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