A nascente do Rio Douro secou, há que esperar pela chuva

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Devido à falta de chuva, o governo de Portugal restringiu o uso de várias barragens para produção de eletricidade e irrigação agrícola devido à seca em Portugal continental. Credit: PAULO NOVAIS/EPA

Este é um documento eloquente sobre a seca que está há vários anos, mas de forma mais dramática agora, a assolar todo o sul da Europa, em particular Portugal e Espanha.


O rio Douro é um dos grandes rios comuns aos dois países.

Nasce em Espanha e desagua no Atlântico, junto à cidade do Porto. É o rio que dá nome à grande região vinícola que se organiza em formidáveis socalcos nas encostas do rio.

É aqui, na região do Douro que é feito um vinho fino conhecido como Vinho do Porto.
A realidade hoje é irmos à região de Sória, em Espanha onde nasce o Douro e observarmos a nascente do rio completamente seca.

Já aconteceu o mesmo em 2017, quando o inverno sem chuva e o verão quente deixaram o pequeno riacho a 2100 metros de altitude sem uma gota de água. Então, foi a primeira vez.

O que surpreende agora todos aqueles que se deslocam ao local é que o fenómeno aconteceu mais cedo, no final de julho.

Em 2017, a água deixou de correr na nascente do Douro no final de Setembro e a situação prolongou-se até final de Novembro, quando surgiu o primeiro nevão nos Picos da Serra de Urbión. Nestes dias que correm, é uma imagem inédita observar apenas pedras e gravilha no curso sem água, pormenor que reflecte a crise climática agravada no ano em curso.

A causa do actual cenário de seca volta a estar associada à escassez de chuva, quase ausência em todo o último ano, às altas temperaturas registadas nos últimos meses nas cabeceiras do rio Douro, que ficaram secas num extenso troço entre as altitudes 2100 e 1950 metros

Nos meses de janeiro e fevereiro quase não nevou e como tal não houve acumulação de neve e a precipitação atmosférica nesta região espanhola foi quase nula. Foi um dos piores invernos comstress hídrico.

Seguiu-se o mês de maio muito seco e em Junho e Julho vieram as vagas de calor com temperaturas invulgares na Serra de Urbión, a tocar os 40 graus durante dias seguidos.

Até o comportamento dos animais, como é o caso dos veados, foi alterado por estarem privados de água e pasto.

O rio Douro está sem correr a partir da nascente, mas o caudal que é largo continua alto, com águas cada vez mais salgadas, é muito o oceano a alimentá-lo.

A água falta na nascente do Douro mas também em todas as barragens portuguesas.

Com exceção do grande lago do Alqueva, todas estão com menos de 1/3 do volume habitual de água.

Algumas como a da Bravura, no Algarve, estão com menos de 10% da água habitual.

Está a ser necessário recorrer a auto-tanques para levar água aos animais. Aliás, há populações que já estão a ser abastecidas também pelos bombeiros, porque as fontes estão secas.

Há municípios que já estão a falar em racionamento de água, com cortes em períodos da noite.

A crise da água junta-se à crise dos combustíveis que coloca a inflação em cima dos 9% sendo que muitos produtos alimentares estão mais caros entre os 20 e os 50%.

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