A pesquisa feita pelos Sindicatos de New South Wales (NSW Unions) contou com 6 mil participantes, destes, 1200 estudantes brasileiros com visto de estudante e de pós-graduação falaram sobre como as restrições impostas pelo governo australiano para conter o coronavírus mudou suas vidas e planos de estadia no país. A pesquisa junto aos brasileiros teve o apoio da Brazilian Aid.
Gabi Laverde e Flávia Teixeira, da Brazilian Aid: "Com frequência ouvimos relatos de estudantes que receberam propostas de emprego indignas e ilegais" Source: Supplied
Resumo da pesquisa
Impacto no emprego - estudantes brasileiros na Austrália
- 60% perderam o emprego
- 26% tiveram horas de trabalho reduzidas
- 6% disseram que o local de trabalho colocou sua saúde em risco/ não se sentiram protegidos
Impacto no emprego - estudantes brasileiros com visto de pós graduação na Austrália
- 49% perderam o emprego
- 25% tiveram horas de trabalho reduzidas
- 10% disseram que o local de trabalho colocou sua saúde em risco/ não se sentiram protegidos
Impacto na moradia - estudantes brasileiros na Austrália
- 23% disseram que não podiam pagar aluguel e estavam em risco de serem despejados
- 26% estavam dividindo um quarto lotado para reduzir os gastos
- 12% mudaram de casa para reduzir os gastos
- 8% estavam negociando uma redução no aluguel com o dono do imóvel
- 6% dos estudantes disseram que seus roommates saíram da casa e os deixaram com dívida de aluguel que eles não sabem como vão pagar.
Impacto na moradia - estudantes brasileiros com visto de pós graduação na Austrália
- 37% disseram que não podiam pagar aluguel e estavam em risco de serem despejados
- 11% estavam dividindo um quarto para reduzir os gastos
Impacto na alimentação
- 30% dos estudantes brasileiros na Austrália disseram que estavam pulando refeições regularmente para economizar nos gastos
- 23% dos estudantes brasileiros com visto de pós graduação na Austrália disseram que estavam pulando refeições regularmente para economizar nos gastos
“Com frequência recebemos relatos de estudantes que perderam o emprego, que receberam propostas de emprego completamente indignas e ilegais,” diz Gabi Laverde, presidente da Brazilian Aid.
Cerca de 60% dos estudantes brasileiros perderam o emprego e entre aqueles com visto de pós graduação (Graduate Visa), 49%. Os resultados mostram os pós graduados em situação um pouco melhor que os portadores de visto de estudante.
“Ouvimos muitos relatos de pessoas que perderam emprego completamente. Muitos tiveram que trabalhar na linha de frente, para se sustentar, com riscos à saúde por causa do coronavírus e muitos receberam propostas de emprego completamente indigna e inclusive ilegais,” relata Gabi Laverde.A pesquisa também revelou o impacto na moradia dos estudantes. Muitos estudantes (23%) disseram não ter condições de pagar o aluguel e acreditam que vão ser despejados e 26% estão dividindo quarto para reduzir os gastos.
Source: Unions NSW
Apesar de ser comum estudantes dividirem casa e morarem em esquema de república, Gabi conta que se antes eles dividiam casa entre duas ou três pessoas, agora “o número de estudantes no mesmo quarto é muito maior”.
A Brazilian Aid, segundo Gabi, também argumenta que é injusto os estudantes negociarem com os donos dos imóveis – como orientou o primeiro ministro Scott Morrison, no início da pandemia, “é completamente inviável,” disse.De acordo com a pesquisa 30 por cento dos estudantes brasileiros disseram que estavam pulando refeições para para economizar. “Nossa demanda para doação de cestas básicas é na sua maioria composta por imigrantes. Muitas famílias com crianças estão dependendo dessa ajuda para ter comida na mesa,” diz Gabi.
Pagar aluguel e dividir casa foram os principais problemas apontados pelos estudantes brasileiros na Austrália Source: Unions NSW
Source: NSW Unions
Para ela a situação ainda vai piorar antes de melhorar.
"Como a gente está vendo em Melbourne existe ainda muita instabilidade. A gente viu um declínio nas vagas para emprego. Muitos empregadores estão usando o vírus como desculpa para explorar trabalhadores. As vagas para emprego oferecem um salário baixo, que não cobre as despesas porque ele é muito baixo. Então eu acredito que ainda há bastante caminho para percorrer,” diz Gabi Laverde.Siga-nos no , e As pessoas na Austrália devem ficar pelo menos a um metro e meio de distância dos outros. Confira as restrições em seu estado .
Felipe Lima e Mara Bond, da Brazilian Aid, entregam alimentos aos estudantes em dificuldades na Austrália Source: Supplied
Residentes na área metropolitana de Melbourne estão sujeitos às restrições do Estágio 4 e devem cumprir o toque de recolher entre 8h da noite até 5h da manhã. A lista completa de restrições está .
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A SBS traz as últimas informações sobre o COVID-19 para as diversas comunidades na Austrália.
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