Ali Haidari, de 26 anos, recebeu um visto de proteção permanente (Permanent Protection Visa Subclass 866) em setembro de 2010, depois de chegar à Austrália pelo mar em fevereiro daquele ano.
O jovem afegão solicitou a cidadania australiana em novembro de 2014, que foi aprovada um m^es depois.
No entanto, a aprovação de sua cidadania australiana foi cancelada em agosto de 2017, depois que foi descoberto que Haidari usou uma carteira de motorista afegã falsificada para obter a carteira de habilitação australiana.
Oficiais do Departamento de Assuntos Internos (Home Affairs) da Austrália descobriram que o documento era falsificado durante uma entrevista para confirmar sua identidade.
Haidari, que é motorista de caminhão, primeiro forneceu aos policiais a carteira de motorista de Queensland emitida em julho de 2013 para veículos pesados.
Ele disse que nunca havia dirigido caminhões antes e que havia combinado com seus amigos no Paquistão para obter uma carteira de motorista.
Haidari explicou aos policiais que pagou seus amigos no Paquistão para providenciar a licença e disse que o fez para conseguir um emprego sem passar pelo processo usual, que exige que o motorist obtenha uma carteira de motorista nível Learner (L) e, em seguida, nível Provisional (P).
"Eu precisava de um emprego", disse ele aos oficiais, acrescentando que, quando saiu do centro de detenção, ele se candidatou a muitas vagas de emprego, mas que todas exigiam uma carteira de motorista e de carro.
Quando lhe perguntaram se sua carteira de motorista afegã era genuína, ele respondeu "não".
No final do mês de maio, o Administrative Appeals Tribunal (AAT) anulou seu pedido para rever o cancelamento de sua cidadania australiana, alegando que ele não tinha um bom caráter.
Durante a audiência de seu recurso contra a decisão, o advogado de defesa de Haidari disse ao AAT que havia informado o Departamento de Transporte de Queensland em junho de 2017 (antes da entrevista para verificar sua identidade) que havia fornecido um “documento não genuíno” como parte do processo de licenciamento.
O advogado alegou que o Departamento Transporte de Queensland não tomou nenhuma ação contra o Haidari e renovou sua carteira.
Haidari disse que na época que ele forneceu a licença fraudulenta ao Departamento de Transporte, ele não sabia que era falso e alegou que somente quando soube de relatos de que outras carteiras de motorista na comunidade onde vivia tinham sido falsificadas, ele "começou a achar que a sua própria licença poderia não ser genuína".
Licença falsa submetida de maneira "consciente e deliberada"
O Tribunal observou que Haidari apresentou uma carteira falsificada de maneira "consciente e deliberada".
"Ao apresentar a carteira falsificada ele colocou outros motoristas de caminhão e usuários das estradas em perigo ", disse Roger Maguire, membro do AAT (Administrative Appeals Tribunal).
Maguire disse que Haidari viajou do Afeganistão para a Austrália via Paquistão, Malásia e Indonésia "sem produzir um passaporte legítimo ou documento de viagem".
"Portanto, não deveria ser nenhuma surpresa que Haidari tenha instigado e organizado a preparação e apresentação de outro documento falso", argumentou Maguire.