Os resultados de Portugal estão apurados, 141 votos para José Ramos Horta, 95 para Lú-Olo. É uma diferença a favor de Ramos Horta que acompanha o somatório do apuramento em Timor. Cerca de 60% dos votos para Ramos Horta, cerca de 40% para Lú-Olo.
Quando estão apurados os votos de 775 dos 1200 centros de votação em Timor, Ramos Horta soma 225 mil votos, Lú-Olo está em cima dos 151 mil. Cá está: 60% para Horta, 40% para Lú-Olo.
Esta diferença tem sido constante o que coloca o Nobel da Paz Ramos Horta como o mais que provável próximo presidente.
É uma vitória clara do CNRT de Xanana sobre a Fretilin de Alkatiri, é também um voto que pode ser interpretado como de reprovação do atual poder em Díli. O candidato da Fretilin, para além do mais, é o presidente que exerceu mandato nos últimos cinco anos.
O apoio do CNRT a Ramos Horta inclui o pressuposto de que se eleito Presidente dissolve o parlamento e convoca eleições antecipadas.
É de imaginar que muito CNRT se mobilize para levar Xanana Gusmão (se ele estiver disponível) à chefia do governo, o cargo de real poder executivo em Díli.
Ramos horta, agora com 72 anos, tinha deixado Timor 4 dias antes da invasão indonésia em 75. Tornou-se depois, ao longo de 24 anos, o rosto a liderar a resistência na frente diplomática.
Em 85, bateu à porta do Palácio de Belém – queria mobilizar Portugal através do então presidente Eanes, para a luta de timor pela liberdade.
Viria a contar com o apoio de sucessivos presidentes de Portugal, primeiro Mário Soares, depois de Jorge Sampaio – sempre com Ana Gomes na primeira linha.
O massacre desencadeado pla tropa indonésia no cemitério de santa crus, em 92, ao ter sido filmado em segredo (por Max Stahl) , mudou a história de Timor.
Em 1996, Ramos Horta foi distinguido (a par do bispo Ximenes Belo) com o Nobel da Paz. O discurso Nobel em Oslo foi um programa para a paz, independência, reconciliação e desenvolvimento.
Horta esteve junto da delegação portuguesa em todas as rondas negociais entre Portugal e a indonésia na ONU…foi forte a fazer lóbi nas Nações Unidas.
Em 7 de fevereiro de 99, o MNE português, Jaime gama anunciou a extraordinária reviravolta conseguida nas negociações em NY: os timorenses iriam votar para decidirem o futuro.
Votaram em 29 de Agosto de 99 e escolheram independência. Xanana foi, em 2002, o primeiro Presidente da nova república, com Horta como ministro dos estrangeiros.
Em 2006, Ramos Horta passou a primeiro-ministro. Um ano depois, ficou presidente, após uma eleição em que se impos a Lú-Olo precisamente o rival de agora.
Em 2008 – sobreviveu a um atentado. Agora está a voltar a ser presidente.
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