Sete em cada dez mulheres no mundo todo são diagnosticadas com câncer de mama, que apresenta altos índices de cura se for detectado em estágio inicial.
Mas como é ser diagnosticada e passar por um tratamento por vezes agressivo – que envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia – durante a pandemia do coronavírus?
No primeiro da série de quatro episódios; Câncer de mama na pandemia: vivi um outro tipo de confinamento, você vai conhecer a história da Luciana Rodrigues, de Sydney.
Resumo da reportagem
- Outubro é o mês da conscientização do câncer de mama
- Número de diagnósticos de câncer de mama caiu durante a pandemia do coronavírus na Austrália. País registrou uma queda de 150 mil mamogramas para detecção precoce de janeiro a junho 2020.
- Luciana Rodrigues, de Sydney, está em tratamento e compartilha sua experiência; das dificuldades de ter a família à distância aos ensinamentos que o maior desafio de sua vida lhe trouxe.
“Eu recebi o diagnóstico de que aquele sisto, que parecia inofensivo, era um câncer de mama”
Luciana Rodrigues, 43 anos, é natural de Pelotas no Rio Grande do Sul, mas mora em Sydney desde 2015. Formada em publicidade, Luciana trabalha atualmente como consultora educacional numa agência de imigração.
Ela foi diagnosticada com câncer de mama hormônio receptor positivo, HER2 negativo em janeiro de 2020.
O diagnóstico foi uma surpresa, um pequeno sisto mas que após a biópsia foi comprovado ser câncer maligno. “Foi um choque, fiquei com muito medo. Eu acho que é normal de toda pessoa que recebe um diagnóstico de câncer ter um medo de morrer porque é diretamente associado à morte, então eu tive muito medo mas resolvi encarar,” recorda.
Com o tratamento iniciado 'no auge da pandemia', todas as restrições impostas pelo coronavírus eram muito semelhantes às restrições impostas pelo tratamento do câncer.
“Me disseram que, por causa da quimio, a minha imunidade ia ficar muito baixa e por isso eu não poderia frequentar lugares fechados. Não ia poder pegar o ônibus, transporte público, para ir trabalhar etc.
“A minha quimioterapia inclusive foi atrasada por causa da Covid-19 em Sydney que estava restringindo as pessoas de saírem de casa. Essa pandemia me ‘beneficiou’ porque a empresa que eu trabalho decidiu que nós íamos todos trabalhar de casa, e eu não ia poder sair de qualquer jeito...” diz Luciana.
Ninguém podia viajar, ir às reuniões de amigos ou festas, porque estava todo mundo trancado, não era só eu
Para Luciana, uma das dificuldades foi enfrentar o câncer sem a família ao lado. “A única coisa ruim é que a minha mãe queria ter vindo para me acompanhar o tratamento e estava tudo programado, mas com o fechamento das fronteiras ela acabou não vindo.
A entrevista à SBS em Português foi dada no estágio final do tratamento de Luciana, que após cirurgia e quimio, está em meio ao tratamento radioterápico.
Clique no link que abre essa reportagem para ouvir o podcast completo com Luciana Rodrigues.