Sete em cada dez mulheres no mundo todo são diagnosticadas com câncer de mama, que apresenta altos índices de cura se for detectado em estágio inicial.
Mas como é ser diagnosticada e passar por um tratamento por vezes agressivo – que envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia – durante a pandemia do coronavírus?
Resumo da reportagem
- Outubro é o mês da conscientização do câncer de mama
- Número de diagnósticos de câncer de mama caiu durante a pandemia do coronavírus na Austrália. País registrou uma queda de 150 mil mamogramas para detecção precoce de janeiro a junho 2020.
- Brasileira, imigrante e estudante internacional na Austrália, Isabella de Luca, fez tratamento durante a pandemia da Covid em Sydney e compartilha sua experiência
No terceiro da série de quatro episódios: Câncer de mama na pandemia você vai conhecer a história da Isabella de Luca, de Sydney.Estudante internacional, de 36 anos, Isabella descobriu que tinha câncer de mama em 2019, um ano depois de chegar na Austrália com o marido, José Roberto.
Source: Facebook, Supplied
O câncer estava em estágio 3, hormônio positivo, HER2 positivo. Ela passou por todo o tratamento protocolar: medicamentos, quimioterapia, cirurgias, radioterapia, mas teve que fazer cirurgias extras por conta de uma infecção no peito.
Além disso, o fato de ser imigrante na Austrália e com visto de estudante tornou todo o processo mais complicado, Isabella teve que tomar decisões importantes sobre a melhor maneira de administrar o seu tratamento.
Ela resolveu ficar no país, pois seu convênio saúde estava atrelado ao visto. ”Estávamos no auge da pandemia do coronavírus em Sydney,” recorda.
Isabella conta que seu hospital, o Concord Repatriation General, tinha pouco conhecimento sobre procedimentos cirúrgicos com pacientes estrangeiros. “Tive que ir atrás de toda a papelada até conseguir chegar no tratamento.”
Mas ela conseguiu e apesar de estar preocupada de tratar do câncer durante a pandemia, Isabella conta que os procedimentos do hospital, limpeza sanitária, e cuidados com os pacientes a deixaram tranquila. “Eu não senti que ia pegar o Covid. Naquela altura eu já tinha pasado por todo o diagnóstico e parte do tratamento, o que deu muita força para superar a pandemia.” Outro apoio importante que recebeu foi o de sua mãe, que veio para a Austrália,e conseguiu entrar no país para acompanhá-la durante todo o tratamento.
Mas a também veio da comunidade brasileira na Austrália, e dos amigos e familiares no Brasil que se reuniram para ajudar no tratamento que chegou a AU$100 mil. “Pedi ajuda, mas não imaginava que ia receber como recebi. Foi muito especial, pessoas que não me conheciam que ficaram sensibilizadas com a minha história. No Brasil amigos fizeram eventos lá. Tirei uma força dessa ajuda que nem sei explicar.”
Quando veio a pandemia forte, eu não me desesperei, porque eu já tinha passado por uma situação [câncer de mama] que me deu essa força e que me mostrou que a gente precisa dançar conforme a música. A gente não tem o controle absoluto de tudo e se precisar mudar o caminho por conta de uma coisa maior, você muda e aceita e segue em frente.
Isabella também deixa um alerta para as mulheres e homens sempre fazem auto exame e mamografia, 'o medo paralisa às vezes você suspeita de algo mas não faz nada', diz ela. 'Não espere, se sentir algo errado, investiguem, quanto mais cedo detectarem, maior a porcentagem de cura'.
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