Já desde o ano passado os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão a cooperar no combate à SARS-CoV2 nos países da comunidade lusófona, designadamente explorando possibilidades de cooperação técnica entre os serviços nacionais de saúde dos diferentes países.
Em novembro passado houve, por teleconferência, uma reunião de ministros da saúde de todos os países lusófonos, desde então, a cooperação ficou intensificada, sobretudo em troca de informações, avaliação de necessidades e possibilidades de apoio.
Há avaliações todas as semanas e a importância desta tarefa tornou-se especialmente relevante considerando que tanto o Brasil como Portugal são países muito atingidos nos respetivos continentes.
Foi constatada uma realidade que levou à suspensão temporária de ligações aéreas entre o Brasil e Portugal.
Ao mesmo tempo está a ser procurada informação rigorosa sobre o impacto da pandemia nos países lusófonos de África, designadamente Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, também Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Há preocupação sobre a expansão da variante sul-africana do virus designadamente em Moçambique e em Angola.
Portugal tem em curso a vacinação de todos os cerca de 12 milhões de residentes, prevendo-se que em setembro já esteja vacinada parte substancial, cerca de 70% de toda a população. Este programa de vacinação é garantido pela Comissão Europeia que promoveu a compra de vacinas para toda a população dos 27 países da União Europeia.
Sucede que Portugal, neste semestre, preside ao Conselho de Ministros dos 27 países da União Europeia. Nessa posição o governo português já interveio no Parlamento Europeu a reclamar a mobilização europeia para a urgente vacinação das populações em países que não têm ainda garantido o acesso a número suficiente de vacinas. Estão em curso esforços e insistências para providenciar essas doses de vacina.
Um dos casos que Portugal segue com carinho é o de Timor-Leste e é constatado com muita satisfação que a proteção deste país está assegurada no âmbito da iniciativa oficial australiana de apoio à vacinação e segurança sanitária no Pacífico e sudeste asiático.
O Governo australiano dedica 24,3 milhões de dólares australianos para o programa que garantirá a vacinação a 80% da população timorense. Está prevista a disponibilização de um primeiro fornecimento, com o valor de 6 milhões de dólares australianos já nos próximos meses. Pretende-se que antes de junho seja possível vacinar 20% da população timorense, designadamente quem opera nos setores da saúde e da segurança e pessoas com quadro sanitário considerado de risco.
O apoio australiano alivia a preocupação lusófona com a vacinação em Timor. Muito boa notícia, comentou fonte diplomática portuguesa e acrescentou: "estamos num tempo em que a boa cooperação internacional é vital."
