“Uma espécie de Netflix da lusofonia, um canal audiovisual em português para que os povos da lusofonia possam finalmente conhecer-se uns aos outros” – é a ideia defendida pelo Nobel da Paz José Ramos Horta, palestrante convidado no 5º Congresso da SEDES, influente associação portuguesa para o Desenvolvimento Económico e Social.
Ramos Horta foi convidado para falar quer sobre Timor quer sobre a visão que tem sobre o desenvolvimento da CPLP como comunidade lusófona.
O antigo presidente timorense defendeu que a CPLP tem de mudar e muito, para se tornar eficaz. Deve, defendeu aplicar-se na promoção da expansão da língua portuguesa, no enraizamento da língua portuguesa, mas também na área da educação, da saúde publica, na área da investigação médica, na área das vacinas.
E para fazer isso, insistiu, “é preciso criatividade”, e exemplificou sugerindo a criação de “uma televisão lusófona ‘online’ para os jovens que cada vez mais estão sempre”.
Detalhou Ramos Horta: “Os jovens dos países da CPLP, quando chega a hora de ouvir ou ver um programa lusófono, eles sentem curiosidade e vão para o seu ‘tablet’ ou celular para seguir o programa, para saber como vivem os povos nas aldeias em Moçambique ou os sertanejos lá no Brasil ou nas aldeias de Timor”.
Insistiu que os jovens da lusofonia têm curiosidade, assim lhes sejam dedicados podcasts ou vídeos falados em português e eles interessam-se.
Esta ideia de Ramos Horta foi muito aplaudida pelo congresso da SEDES, que decorreu a Lisboa e que foi encerrado pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, com amplos elogios à qualidade das propostas apresentadas no congresso em que foi muito discutido o aprofundamento da qualidade da democracia e da participação cidadã em Portugal, também o papel de Portugal, num extremo da Europa, como ponte entre continentes.