Submarino do Brasil que transportava 6,6 toneladas de cocaína é apreendido em Portugal

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Foram detidos os cinco ocupantes do "narcosubmarino": três brasileiros, um espanhol e um colombiano.

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Published 4 April 2025 11:21am
By Francisco Sena Santos
Presented by Luciana Fraguas
Source: SBS

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Uma operação conjunta entre a Polícia Judiciária e a Marinha de Portugal resultou na apreensão de quase sete toneladas de cocaína em um submarino interceptado a cerca de 800 km dos Açores. A embarcação partiu do Brasil com destino à Europa.


Foi uma inédita interceção em pleno Oceano Atlântico a 500 milhas náuticas a sul do arquipélago português dos Açores.

Uma espetacular operação conjunta da Marinha, da Força Aérea e da Polícia Judiciária de Portugal, com a Guardia Civil espanhola e unidades tanto da DEA dos EUA como da Crime Agency do Reino Unido intercetou, dominou e apreendeu um narcossubmarino com 5 tripulantes, que transportava 6,6 toneladas de droga da América do Sul para a Europa.

A carga em cocaína tem valor de mercado estimado em muitas dezenas de milhões de dólares.

Esta é a primeira vez que um destes semi-submersíveis — conhecidos no jargão policial como “embarcações de baixo perfil” (LPVs) porque nunca submergem completamente, uma vez que parte deles permanece sempre à superfície — foi abordado com sucesso tão longe da costa, sem dar tempo à tripulação para o afundar antes que caísse nas mãos da polícia. Até agora, as forças de segurança só recuperaram embarcações deste tipo com droga no interior perto da costa, nunca no mar alto.
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Submarino que foi capturado na costa espanhola em 2019 carregando três toneladas de cocaína está agora exposto na academia de polícia da Espanha perto de Madri.
As investigações policiais indicam que o narcossubmarino agora interceptado tinha partido de um ponto camuflado próximo da foz do Rio Amazonas, na costa do Brasil, e navegava carregado de cocaína em direcção à costa atlântica da Península Ibérica, conclui~se pelas cartas de bordo que em direção a um lugar também escondido perto da cidade de Sines, a 90 quilómetros a sul de Lisboa.

Uma vez perto da costa, as investigações indicam que os tripulantes iriam transferir a carga para barcos de alta velocidade para que pudessem descarregá-la em terra. Mais tarde, este seria distribuído por toda a Europa. Há cinco detidos: um espanhol, um colombiano e três brasileiros.

A operação, denominada Nautilus, foi lançada graças ao trabalho de inteligência realizado pelo Centro Regional de Análise e Inteligência contra o Narcotráfico (CRAIN), recém criado e instalado na Península Ibérica.
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Traficantes de drogas recorrem cada vez mais a meios mais criativos, como submarinos.

As autoridades policiais e militares portuguesas conduziram a operação internacional conjunta envolvendo meios sem precedentes, navais e aéreos.

Concretizada a interceçã nua operação ultra-rápida ao fim da madrugada, tanto o narcossubmarino que transportava a droga como os cinco detidos foram levados sob escolta à ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, e depois para Lisboa onde um juiz confirmou as detenções dos capturados que ficam a aguardar jlgamento.

Os narcossubmarinos tornaram-se um meio de transporte cada vez mais preferido por narcotraficantes para transportar grandes carregamentos de droga da América do Sul para a Europa, devido à sua grande capacidade de carga, à autonomia para navegar longas distâncias em esconderijo no mar.

Com tanques de combustível de grande capacidade, podem percorrer até 3.200 quilómetros sem necessidade de reabastecimento. A tripulação é geralmente composta por três a cincoo pessoas, e a capacidade de carga varia entre quatro e 12 toneladas.

A capacidade dos narcosubmarinos navegarem quase totalmente submersos dificulta a sua localização por radar, sonar ou sistemas infravermelhos.

Ao mesmo tempo, a construção em fibra de vidro e o design que minimiza a produção de ondas superficiais tornam-nos praticamente invisíveis aos métodos tradicionais de vigilância marítima.

Os tripulantes podem facilmente afundá-los ao deixar entrar água se forem apanhados pela polícia, dificultando tornando impossível, a recuperação das drogas como prova do crime

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