O cheiro de queimado no ar e a fumaceira envolvendo a cidade, com dias variando do amarelo e cinza ao cor-de laranja, e o sol avermelhado no por-do-sol, foram comuns nas últimas semanas em Sydney.
A poluição do ar, os incêndios, as altas temperaturas e o aquecimento global são agora tema de discussão constante entre os moradores da maior cidade australiana, neste período festivo de fim-de-ano.
As autoridades de saúde recomendam a todos que fechem as janelas e portas da casa para evitar a poluição extrema do ar.
Milhares de pessoas apareceram na emergência dos hospitais com problemas respiratórios, especialmente os asmáticos e idosos.
Em alguns dias a fumaça era tão espessa que a visibilidade diminuiu muito.
Os incêndios ardem às vezes ao sul, outras vezes à oeste ou norte de Sydney e, conforme a direção dos ventos, a fumaça chega à cidade de diferentes quadrantes, com o caso até de folhas queimadas a mais de 70 quilômetros de distância caindo no pátio da casa de moradores de Sydney.
Uma camada fina de pó cobre toda a cidade e até nas praias as ondas deixam uma linha preta, fina, na areia, com a fuligem das queimadas.
Velejadores reclamam que nem no mar estão livres do cheiro de queimado - na verdade, muita da fumaça dos incêndios em Nova Gales do Sul e Queensland está chegando até a Nova Zelândia, país vizinho, a mais de 4000 km da Austrália.
Já é comum ver muito gente usando máscaras na cidade, mas foi aberto o debate se elas são eficazes ou não.
Em novembro deste ano, Sydney registrou 15 dias com a qualidade do ar péssima, muito além de todos os registros anteriores.
No dia 2 de dezembro, segunda-feira, os níveis de Pm2.5, a forma mais nociva de poluente do ar, estavam acima do nível aceitável de segurança, sendo o equivalente a fumar um maço de cigarros no dia.
O debate agora se centra na atitude do governo federal frente à crise, enquanto as pessoas tentam se acostumar ao que muitos dizem que será o novo normal a partir de agora.