Apesar de vários países europeus estarem a contar que as atuais limitações de contactos, conjugadas com o avanço da vacinação, permitam reabrir atividades em maio (Portugal vai ter Fórmula 1, no autódromo do Algarve, logo no primeiro fim de semana), a edição deste ano do Eurovision Song Contest vai decorrer ainda sem público e totalmente dedicado para os ecrãs.
O Festival vai realizar-se na terceira semana de Maio, em Roterdão, nos Países Baixos. A primeira semifinal no dia 18, a segunda no dia 20 e a grande final a 22 de maio.
Estão confirmados 41 países, sendo que 24 concorrem com a canção que tinha sido escolhida para a edição do ano passado que veio a ser cancelada, por causa da pandemia.
Este ano, a Austrália entra em palco logo na primeira semifinal, na terça, 18; Portugal segue na segunda meia-final, a 20.
Por estes dias, é ultimada a escolha das representações que inovam em relação ao que tinha sido a escolha para 2020. Entre gente da música, há quem esteja a chamar a atenção para a canção francesa, Voilá, interpretada por Barbara Pravi.
É o regresso da França à tradicional chanson que fez sucesso em vozes como Edith Piaf, Juliette Gréco ou Barbara. Esta Barbara assume-se dessa inspiração, privilegia palavras intensas, numa canção indiscutivelmente com alma.
Também se fala da canção de Chipre. A intérprete Elena Tsagrinou está a irritar fiéis da igreja ortodoxa grega que chegam a falar de “canção satânica”. Talvez porque a canção tem por título El Diablo.
Em Portugal, 20 canções foram distribuídas por duas semifinais, para selecionar 10 para a final que neste fim de semana fosse apurada a eleita.
Entre as 10 finalistas, várias baladas, uma com balanço dançável, outras não, alguma inspiração afro, também o jazz e alguma nostalgia disco-sound e atmosferas dos anos 80.
Vale escutarmos excertos das que têm sido mais faladas, neste podcast.
Black Mamba interpretou e venceu o festival português com Love on my side.
Pedro Tatanka é o vocalista dos Black Mamba, uma banda que recorre em exclusivo à língua inglesa.
Um nome forte nesta final era o de Carolina Deslandes. É uma licenciada em literatura, estudou canto em Londres e traz ao festival Por um Triz.
Carolina Deslandes é um nome que cresce no panorama musical português.
Um nome novo, Joana Alegre, cultiva o estilo indie/folk, candidata-se com Joana do Mar.
A presença afro vem com Eu.clides, cabo-verdiano que também escolheu a nacionalidade portuguesa. Vestido com calções, sentou-se numa cadeira sobre o palco para interpretar Volte-Face
Eu.clides conta com ampla torcida afro. A comunidade cabo Verdiana é das maiores presenças de fora em Portugal.
Também novidade, Neev, com Dancing in the Stars.
Neev tem forte claque nas redes sociais, aliás tal como o amigo Pedro Gonçalves que traz à seleção portuguesa de canções este Não Vou ficar.
Todo o apuramento português fez-se sem público presente. Mas com muita participação nas redes sociais. E Sara Afonso, com Contramão, também consegue uma torcida ampla.
Portugal está a escolher neste fim de semana, com o Festival RTP da Canção.
É um festival que homenageia o recém-falecido Carlos do Carmo, com canções dele reinterpretadas por Ana Moura, Camané Dino d´Santiago e Ricardo Ribeiro.
Também celebrados três álbuns, todos gravados há 50 anos (1971) e no mesmo estúdio perto de Paris.
São eles “Mudam-se Os Tempos Mudam-se As Vontades”, o álbum de estreia de José Mário Branco, o clássico “Cantigas do Maio” de José Afonso e ainda “Os Sobreviventes”, primeiro álbum de Sérgio Godinho que, embora gravado nesse mesmo ano, tenha já sido editado em inícios de 1972.
Daqui a dois meses e meio, entre 18 e 22 de maio, é o Eurovision Song Contest, em Roterdão.