Cinco fugitivos recapturados à prisão portuguesa de mais alta segurança

Prison

Dois últimos fugitivos de grupo de cinco acabaram de ser recapturados, cinco meses após fuga. Source: Getty / Getty Images

São cinco cadastrados condenados a penas pesadas e considerados internacionalmente criminosos com alta perigosidade, evadiram-se em 7 de setembro de 2024 da cadeia portuguesa de mais alta segurança, a de Vale de Judeus, 70 quilómetros a norte de Lisboa.


Cinco meses depois todos estão recapturados, quatro foram apanhados no estrangeiro, os últimos dois numa aparatosa operação policial preparada pela polícia espanhola em cooperação com a portuguesa.

Depois de terem sido localizados na cidade turística de Alicante, foi montada uma operação de alta segurança para os barrar numa estrada quando se transportavam num Porsche topo de gama. Estes dois últimos recapturados eram considerados os mais perigosos no grupo de cinco evadidos.

A fuga dos cinco em 7 de setembro foi um caso de muita polémica em Portugal, por evidenciar grande fragilidade de uma cadeia supostamente de alta segurança, levando então à demissão do diretor-geral dos Serviços Prisionais.

Para consumarem a fuga, os cinco evadidos, só precisaram de um escadote, para saltar um muro do estabelecimento prisional e da ajuda de três pessoas, que os aguardavam com um carro no exterior, e os terá levado imediatamente para Espanha a menos de duas horas de auto-estrada, sem que os guardas prisionais dessem pela fuga.

Só perceberam o que tinha acontecido quando um guarda que chegava perguntou o que é que a escada portátil com 4 metros estava a fazer junto ao muro da prisão. Tudo tinha sido captado pelas câmaras de vigilância, mas ninguém olhou para as câmaras.

O mais perigoso dos cinco evadidos é o argentino Rodolfo Lohrmann, conhecido por “o ruço”, pela cor alourada do cabelo, autor intelectual da fuga. Foi agora detido juntamente com outro dos presos em fuga, o britânico Mark Cameron Roscaleer.

Foram os últimos detidos ainda em fuga após as sucessivas detenções do português Fábio Loureiro, em Tânger (Marrocos), e de Fernando Ribeiro Ferreira, em Trâs-os-Montes (norte de Portugal), e do georgiano Shergili Farjian, em Pádua (Itália).

O argentino, que está envolvido em raptos no seu país Lohrman, cumpria uma pena de 18 anos em Portugal por associação criminosa, roubo, falsificação e branqueamento de capitais – e já tinha sido condenado por sequestros e assassinatos. Roscaleer foi detido por assalto à mão armada.

Prender Lohrmann foi o maior desafio enfrentado pela polícia, dada a sua capacidade de se camuflar por detrás de múltiplas identidades e de se movimentar pelo mundo. Os gangues que liderou cometeram raptos, extorsões e crimes em mais de uma dezena de países da América e da Europa.

Lohrmann é procurado pelas autoridades argentinas para tentar esclarecer o paradeiro de Cristian Schaerer, um estudante de 21 anos que foi visto pela última vez em 2003 perto da sua casa na cidade argentina de Corrientes, antes de ser raptado pelo gangue que ele liderava. Apesar de a família ter pago um resgate de 277 mil dólares nunca foi encontrado, nem vivo nem morto.

Estes dois últimos fugitivos capturados serão entregues pela policia espanhola à portuguesa e passarão a estar em celas de segurança reforçada. A captura dos cinco está a ser comentada como grande êxito da cooperação internacional entre polícias.

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