Para Inês de Almeida, a embaixadora de Timor-leste na Austrália desde 2020, a língua portuguesa representa, nada mais nada menos, do que "os 500 anos de história entre Timor e Portugal".
Diz ela que a língua portuguesa é:
"cultura, identidade e foi um instrumento da resistência timorense [durante o período da invasão, ocupação e luta do povo de Timor-leste pela sua liberdade]. Era a língua usada pelos nossos guerrilheiros, entre eles, nas montanhas”.
A embaixadora refere que “a intenção e o trabalho” dela, e dos consulares de serviço nos estados australianos onde a comunidade timorense tem expressão, é divulgar cada vez mais as escolas de ensino do português neste país e incentivar os timorenses a “darem a língua portuguesa de herança aos seus filhos”.
Já em Timor, mesmo que o recém-eleito Presidente da República, José Ramos Horta, não tenha um papel que se prende diretamente com assuntos tão específicos quanto este, diz Inês de Almeida que,

Dia Mundial da Língua Portuguesa: Embaixadora Inês de Almeida (à direita), ladeada pelo embaixador português, Pedro Rodrigues da Silva e Susana Teixeira-Pinto, do Instituto Camões. Source: SBS/Carla Guedes
O governo de Timor está a esforçar-se muito para aumentar a estatística dos timorenses falantes do português.
E os resultados já estão à vista. Diz a embaixadora que
Em 2002, apenas 5% dos timorenses falavam português. Hoje em dia, as estatísticas apontam para os 30%.
Na Austrália, Inês de Almeida confessou-se surpreendida por haver uma professora de português em Melbourne - Alda Retre, presidente da Associação das Comunidades de Língua Portuguesa em Melbourne.
A embaixadora desconhecia este facto, mas assumiu, agora, a responsabilidade de potenciar esta nova informação junto da comunidade timorense de Victoria.
Inês de Almeida, assume até o seguinte:
O meu trabalho, agora, é visitar a escola o quanto antes, falar com a professora Alda e divulgar a escola de Melbourne junto da comunidade
E diz a embaixadora que o fará talvez já na sua próxima viagem ao estado de Victoria.
É sua intenção comunicar ao maior número possível de timorenses, em Melbourne, que há esta oportunidade de fazerem a manutenção da língua e, mais importante do que isso, de “levarem os seus filhos para esta escola para que eles aprendam a segunda língua da Constituição de Timor-leste, logo a seguir ao tétum que é o dialeto oficial do país”.
Inês de Almeida terminou a nossa conversa confessando que, de todas as palavras portuguesas, há uma que realmente considera ser a sua preferida. É ela, a palavra ´lindíssima´ - a derivação do feminino singular de ´lindo´ que, na verdade, define bem o relacionamento antigo e fortíssimo que une Portugal a Timor-leste e, consequentemente, os portugueses aos timorenses.
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