O Governo Federal anunciou no último domingo, 9 de fevereiro, um pacote de $573 milhões para melhorar os indicadores de saúde das mulheres.
O pacote inclui inclui medicamentos mais baratos, ampliação da cobertura integral de consultas, e treinamento para os prestadores de serviços de saúde.
A Coalizão apoiou o plano, dizendo que irá igualar o financiamento, caso ganhe as eleições federais deste ano. Uma vitória para as mulheres, antes mesmo das eleições acontecerem.
É uma proposta eleitoral que os defensores dizem que metade da população esperava ouvir.
"Trata-se de mais opções para as mulheres. Trata-se de acesso mais barato e melhor aos cuidados de saúde. É isso que este pacote representa", disse a Ministra para as Mulheres, Katie Gallagher, ao fazer o anúncio do pacote.
Ela disse que o custo dos contraceptivos mais populares e dos medicamentos para a menopausa será reduzido pela metade, pela primeira vez em décadas.
É o reconhecimento da realidade do sistema de saúde enfrentada por 150 mil mulheres, como Allie Pepper: "Eu consultei três médicos que não conseguiram ajudar. A menopausa chegou para mim há três anos, e eu nem sabia que era menopausa. Então fiquei em choque. De repente não conseguia dormir, estava suando muito".
A montanhista profissional enfrentou sintomas severos, incluindo névoa cerebral e depressão, que desapareceram depois que começou a acessar a terapia hormonal.
Algumas dessas terapias serão em breve listadas no programa de benefícios farmacêuticos (PBS) e se tornarão mais baratas já a partir de março.
O governo diz que os custos de medicamentos como Estrogel, Prometrium e Estrogel Pro devem cair quase A$300 por ano. Além da introdução de reembolsos do Medicare para exames de saúde para a menopausa.
O pacote também tornará mais acessíveis as pílulas contraceptivas que são mais populares. Os medicamentos Yaz e Yasmin terão o preço reduzido para menos da metade do valor atual, o que o governo afirma que reduzirá os custos anuais de A$380 para A$126 por ano.
Katie Gallagher diz que o conjunto de iniciativas ajudará milhões de mulheres a obterem melhores cuidados.
"Tudo isso é para garantir que estamos abordando áreas onde o sistema tem sido injusto ou inacessível para as mulheres, para garantir que elas possam acessar anticoncepcionais, que possam acessar suporte para a menopausa, avaliações de saúde para que os médicos sejam recompensados e apoiados para fornecer esse cuidado, e também garantir que as mulheres com menor rendimento possam acessar cuidados nas farmácias".
Outros elementos do pacote só entrarão em vigor após a eleição, que deve ocorrer até 17 de maio.
Entre eles estão A$100 milhões para testar o acesso a medicamentos sem prescrição para infecções urinárias simples, e a cobertura integral para a inserção de DIUs e implantes.
Isso tem como objetivo aumentar a adoção de anticoncepcionais de longo prazo na Austrália, que, segundo o governo, está abaixo da média de países comparáveis.
A Ministra Assistente da Saúde, Ged Kearney, afirma que o custo e a dor têm sido os principais impedimentos, anunciando A$25 milhões para apoiar melhor treinamento para os prestadores de serviços de saúde.
"Muitos profissionais de saúde me dizem que a dor é causada pela inserção imperfeita e pela técnica, e que, se conseguirmos acertar, isso ajudará muito no controle da dor. Também estamos revisando as diretrizes. Houve uma revisão das diretrizes pela associação de obstetras e ginecologistas da Austrália e Nova Zelândia, sobre o controle da dor e orientações para as pacientes quando elas realmente se apresentam para a inserção de um DIU".
A dor das mulheres que sofrem de endometriose também está sendo reconhecida, com a promessa de 11 novas clínicas de endometriose e dor pélvica no próximo mandato, caso os Trabalhistas se reelejam, para complementar as 22 clínicas estabelecidas nos últimos três anos.
A presidente da Family Planning Alliance, Caroline Mulcahy, afirma que o pacote sinaliza uma mudança significativa.
"Estamos absolutamente encantados que os ministros e o governo Albanese tenham ouvido as mulheres e meninas em toda a Austrália, e gostaria de agradecer à ministra Kearney e à senadora Waters por realizarem as duas investigações no Senado sobre cuidados de saúde reprodutivos acessíveis, e também sobre a perimenopausa e menopausa. Acho que é a primeira vez que as mulheres realmente tiveram seus desafios reprodutivos e sexuais reconhecidos por um governo. Então, obrigada".
Com a política prevista para economizar uma quantia significativa para as mulheres, o Partido Trabalhista espera que essa ajuda ao custo de vida seja um atrativo eleitoral – especialmente após sofrer uma queda de 10% na votação em uma eleição estadual suplementar na região de Werribee, em Melbourne, no último final de semana.
A Coalizão – que viu sua votação entre as mulheres cair consideravelmente nas últimas eleições – rapidamente apoiou o plano.
Anne Ruston ocupa o cargo de ministra da saúde da oposição: "A Coalizão irá igualar todo o pacote de medidas para a saúde das mulheres que foi anunciado pelo governo, porque acreditamos que as mulheres australianas devem ter acesso facilitado às necessidades de cuidados primários que estão sendo apoiados por este pacote".
Uma rara demonstração de concordância enquanto nos preparamos para uma eleição que pode ser convocada a qualquer momento.
Para ouvir, clique no botão 'play' desta página. Caso prefira, pode ouvir na sua plataforma de podcasts preferida, no perfil 'SBS Portuguese'.
Siga ano , e ouça . Escute os programas ao vivo da às quartas-feiras e domingos, ao meio-dia.
Pode também fazer o download gratuito do aplicativo SBS Audio e seguir a SBS Portuguese. Para usuários de iPhone: download do app na Usuários de Android: download do app no