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Yasmin* teve um casamento arranjado no seu país de origem. O marido mostrava-se carinhoso, mas quando emigraram para a Austrália, o seu comporto mudou.
O marido de Yasmin passou a controlar o dinheiro que a família desta mulher havia oferecido para emergências, bem como a usufruir dos subsídios para benefício próprio. Gastou, ainda, as poupanças de Yasmin sem a consultar e desencorajou-a de trabalhar.
Durante sete anos, Yasmin manteve-se na relação na esperança de salvar o casamento. Com o apoio de amigos, acabou por ganhar coragem, e denunciou o abuso do marido à polícia. Hoje é mãe solteira e está empregada.
Yasmin foi vítima de violência doméstica a vários níveis, mas afirma que tudo começou com o abuso financeiro.
Caroline Wall, responsável pela área de Vulnerabilidade do Cliente no Commonwealth Bank, explica como, por norma, tudo começa. “Pode começar como algo muito subtil, como sugerir que abram uma conta conjunta e depositem o vosso rendimento nessa conta conjunta. Os abusadores tendem também a referir que estão mais à vontade com a gestão financeira, ou seja, que são melhores nessa área”.
Caroline acrescenta ainda que os “sinais mais preocupantes que podem indiciar abuso financeiro são situações como ser forçado a contrair empréstimos em teu nome, dos quais não estás a beneficiar, seja crédito ou outros. Há também parceiros que se recusam a que os seus companheiros ou cônjuges trabalhem para os manterem isolados. Pode ainda acontecer que te peçam para apresentar recibos ou justificar todos os gastos do teu dia-a-dia, e que tenhas que pedir acesso até mesmo a pequenas quantias de dinheiro para necessidades diárias”.
Farjana Mahbuba está à frente de uma pesquisa que investiga o abuso financeiro contra mulheres migrantes do Bangladesh que vivem na Austrália. Ela afirma que os comportamentos de abuso financeiro estão relacionados com a busca por controlo e poder.
De acordo com a investigadora, a par das expectativas sociais e culturais, os requisitos de visto são algumas das principais razões pelas quais as mulheres tendem a não conseguir sair de uma situação de violência doméstica.
Já o aspeto mais determinante para que uma mulher consiga escapar de uma situação de violência, é ter uma amiga.
"Não encontrei um único caso em que a mulher tivesse conseguido sair de uma relação abusiva sem a ajuda de alguém. Ninguém consegue fazê-lo sozinha," garante Farjana.
Se está a sofrer, ou conhece alguém que esteja a sofrer de violência doméstica, ligue para a linha nacional de apoio a vítimas de violência doméstica, familiar e sexual, 1800 RESPECT, através do número 1800 737 732.
Para apoio noutras línguas, que não o inglês, por favor contacte a InTouch através do número 1800 755 988.
*Optámos por alterar o nome de Yasmin para proteger a sua privacidade.
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Are Australian workplaces safe for migrant women?
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